FNQ comemora aniversário com inovação e planejamento estratégico

Presidente executivo destaca a importância da participação dos jovens no processo de mudanças

Ao longo de sua história, a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) acompanhou as principais mudanças do cenário empresarial e econômico do País para auxiliar as organizações a desenvolverem e aprimorarem seus processos de gestão. 
 
Mais do que promover as experiências de qualidade, a FNQ organiza suas atividades seguindo as tendências do mercado nacional e internacional, investindo, sempre, em inovação e planejamento para enfrentar os desafios da gestão.
 
Em momentos de incertezas no mercado e no País, o presidente executivo da FNQ, Jairo Martins, destaca a importância do compartilhamento de valores que visam ao estabelecimento de uma nova lógica econômica e social e à participação dos jovens neste processo de mudanças.
 
Confira, abaixo, a entrevista com o executivo e descubra quais são os desafios da Fundação e os seus diferenciais.
 
Quais as perspectivas de trabalho para os próximos anos?
 
Ao definir o novo ciclo de planejamento estratégico da FNQ, de 2016 a 2020, avaliamos o momento atual do País e percebemos que a qualidade da gestão pode influenciar não apenas o setor privado, mas, também, o setor público.
O grande desafio da Fundação é ajudar as organizações a atingirem a eficiência e a eficácia na produtividade. Sem esquecer, entretanto, que a competitividade depende do País. Então, passamos a trabalhar com um foco mais abrangente, sistêmico, enxergando o País como uma grande cadeia de organizações alinhadas. 
 
Quais os maiores desafios da FNQ? O que mudou nos últimos 24 anos?
 
Quando a FNQ foi criada, juntamente com o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade, o grande desafio nacional era a globalização, ou seja, os produtos que nós tínhamos não competiam internacionalmente. Neste cenário, o nosso objetivo era assegurar a competitividade internacional, por isso, fomos procurados por organizações privadas para melhorar e ajudar na gestão da qualidade. 
 
Com o passar dos anos, percebemos que precisávamos trabalhar o conceito de forma mais ampla e passamos a abordar a qualidade da gestão. Hoje, nós temos o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG). 
 
Os Critérios da FNQ são alinhados a essas mudanças de cenário e somos respeitados mundialmente, ou seja, o MEG tem sido referência para outros países, como Portugal, África do Sul - que adotou o modelo e o México, com a aplicação para as micro e pequenas empresas.
 
O que diferencia o modelo brasileiro (MEG) dos outros modelos internacionais?
 
Tudo baseia-se nos Fundamentos de Excelência da Gestão, que são muito parecidos entre si, já que passam por um alinhamento internacional. Nós, por exemplo, participamos da Rede Iberoamericana, que faz a interface com Portugal, Espanha e América Latina. A FNQ participa, também, do Global Excellence Model (GEM). Cada país, no entanto, decide a frequência de atualização de seu modelo. O Japão, por exemplo, levou sete anos para modernizar-se, enquanto nós, no Brasil, estamos em uma constante renovação. Isso é o que nos diferencia dos outros modelos, os quais, muitas vezes, ficam defasados e não acompanham a evolução do cenário mundial.
 
Ao longo de sua história, a FNQ transformou-se em referência de excelência de gestão. Como continuar estimulando as organizações a adotarem boas práticas em suas atividades?
 
Eu diria que não é uma tarefa fácil, uma vez que observamos a tendência de priorizar a visão empresarial de curto prazo. A FNQ trabalha para ajudar os empresários a compreender a necessidade de pensar a curto prazo, para resolver os problemas mais urgentes, sem que se perca a visão de médio e longo prazos.
 
Acredito que este seja o ponto forte do nosso modelo, que é atualizado com base nas mudanças dos cenários, mas que prevê os trabalhos a longo prazo. Então, eu diria que a robustez do nosso trabalho é focado no curto, no médio e, fortemente, no longo prazo, ou seja, na estratégia de contemplar a organização como um todo.
 
De que maneira a FNQ investe em inovação para incentivar e propagar os princípios da excelência em gestão?
 
Eu acredito que a inovação sempre esteve presente nas organizações, mas antes eram conhecidas como áreas de pesquisa e desenvolvimento. O que a FNQ enxerga, no entanto, é que toda prática surge para atender a uma necessidade, ou seja, é preciso estimular processos de inovação, olhando para as necessidades do mercado e da humanidade. 
 
Nós estamos atentos ao que acontece no cenário, observamos as tendências mundiais e, automaticamente, criamos um ambiente de inovação. Não é possível contratar funcionários para inovar, isso não existe. É necessário investir na formação de equipes com pessoas preparadas, que tenham uma visão e uma liderança sistêmica e tenham coragem de quebrar paradigmas. Às vezes, inovar significa mudar a forma de pensar a lógica de mercado, a modernização precisa atender à sociedade e não apenas ao lado financeiro.
 
De que maneira a experiência adquirida até aqui influencia o planejamento de ações futuras?
 
O novo pensamento estratégico da FNQ segue as tendências dessa visão de longo prazo, com foco no coletivo. Neste momento, é importante que os governantes sejam protagonistas dessas mudanças, que eles tenham planos de governo e planos de Estado. 
 
O plano de Estado tem de ter uma visão sistêmica e duradoura para diversos setores, como educação, saúde e previdência, mantendo uma sequência conforme os governos vão passando, independente das questões partidárias. Há espaço para as duas coisas, mas mudar essa mentalidade não é fácil e, por isso, a FNQ tem participado de eventos, palestras e congressos que reforçam as necessidades de sermos os protagonistas dessa mudança cultural. 
 
Você fala muito em liderança para atingir novos patamares. Será que estimular a participação dos colaboradores não seria uma forma de tentar melhorar a gestão?
 
Não tenho dúvidas. Para isso, é preciso incentivar duas abordagens: liderança e educação. Acredito que os jovens gestores serão os responsáveis por essa mudança, com uma liderança mais estruturada e baseada em valores. Outro ponto é a necessidade de investimento em educação, para que as pessoas desenvolvam um nível de conscientização e tenham uma inquietação propositiva, de tal forma que possam desenvolver novas fórmulas de trabalho.
 
Como a FNQ pode incentivar e estimular o jovem gestor a gerar mais competitividade, melhorar a gestão das organizações e, assim, melhorar a gestão do próprio País?
 
Eu aposto muito no jovem gestor porque ele não prioriza as questões financeiras, ele privilegia muito o coletivo, pensa no bem-estar e em uma vida mais saudável. Uma vez que o modelo atual, que visa à geração de riquezas a qualquer custo, não é compatível com o pensamento do jovem de hoje, nós temos mudanças. O que queremos é trazer essa contribuição para os nossos Critérios de Excelência e olhar mais o lado estratégico. 
 
 
Loading
Comentários
Para escrever comentários, faça seu login ou conecte-se pelo Facebook ou Linkedin
Carregando... Loading
Carregando... Loading