Empreendedorismo no Brasil

Empreender no Brasil tem se tornado uma atividade cada vez mais procurada: as taxas de sobrevivência das empresas com até 2 anos de abertura é cada vez maior, dado que se explica por um conjunto de fatores como aquecimento da economia, melhoria da legislação para o setor, esforços para diminuir a burocracia para a abertura de novas empresas

Em entrevista à FNQ, a professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Silvana dos Santos Pereira, falou sobre o empreendedorismo no Brasil. Para a especialista, o empreendedor tem lidado com as turbulências constantes do mundo moderno, mas ele está disposto a arriscar, criar novas ideias e fazer parcerias.
Silvana é doutora em administração de empresas, com foco em inovação organizacional, professora do departamento de administração da produção e operações da escola de administração de empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EAESP-POI). Fundadora e membro do Fórum de Inovação da Fundação Getúlio Vargas é coautora dos livros: O meio inovador interno e seus condicionantes, organizações inovadoras sustentáveis: uma reflexão sobre o futuro das organizações e organizações inovadoras II.
 
Na sua percepção como professora, o que é ser empreendedor?
Existe uma discussão muito grande em relação ao empreendedorismo, se é possível aprender a empreender. De qualquer modo, o perfil empreendedor é de alguém com boas ideias e de solucionador de problemas. Ele encontra possibilidades, toma as ações necessárias e faz parcerias. Essa pessoa lida com o risco a todo o momento e olha os negócios de uma maneira pragmática. Ela é mais livre, mais aberta.
 
Qual o maior desafio que você percebe para esta nova geração de novos empreendedores hoje no Brasil?
Há vários desafios para esta nova geração de empreendedores. Algumas empresas criam uma cultura rígida, o que dificulta na abertura de novas ideias, de novos conceitos organizacionais. Além disso, o próprio contexto econômico do País também interfere no sucesso ou não do empreendedor. 
 
Tem alguma empresa brasileira que você colocaria como modelo de empreendedorismo?
Tenho uma profunda admiração pela Odebrecht. A empresa nasceu do empreendedorismo e permanece com esse padrão. A Odebrecht cresceu com inovações e transformou os líderes da casa em empreendedores. O próprio modelo organizacional promove a cultura empreendedora. Este é o exemplo mais clássico que temos no Brasil.
 
Na sua visão, qual o papel do empreendedorismo em um país como o Brasil? Como está o Brasil no cenário mundial?
O contexto nacional pode ser favorável ou não para o empreendedor. Segundo pesquisa realizada em 2012 pelo Word Economic Forum sobre competitividade, o Brasil está na 48ª classificação dentre 144 países que participaram da pesquisa. O Brasil ficou no 130º  lugar como um dos países mais burocráticos para abrir um negócio e em 135º como um dos que mais desperdiçam dinheiro público. Compreender a realidade econômica do país também é importante antes de abrir um negócio. O contexto histórico e econômico pode favorecer ou quebrar um empreendimento.
 
 
 
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