Sesi de Salvador descobre no capital humano seu bem maior

Apesar de a inovação não afetar diretamente os negócios, já que o Sesi não é uma organização de mercado, a empresa adota uma postura inovadora no projeto de produtos e no processo de produção.

Finalista do Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ) em 2003 e 2004, a unidade soteropolitana do Sesi DR/BA pode ser considerada um exemplo de gestão de conhecimento e proteção do capital humano, considerado seu bem mais precioso. A partir da modernização da indústria nacional nos anos 90, a instituição promoveu uma verdadeira revolução na forma de lidar com seus principais ativos intangíveis em uma época em que mal se falava nesse conceito. O Sesi classificou-os como capital humano, ativos de infra-estrutura (metodologias e processos, entre outros) e solidez da marca, num trabalho cujos resultados podem ser percebidos interna e externamente.

Além de conseguir identificar, medir e valorizar os ativos intangíveis como elementos de seu processo de gestão, essa unidade baiana passou a ser referência para o Sesi Nacional nas áreas de saúde, educação e lazer, prestando até consultoria a outras unidades. No Nordeste, virou objeto de estudos acadêmicos publicados até em revistas internacionais, além de ter se transformado em laboratório para estudantes de pós-graduação em medicina do trabalho da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública.

O primeiro passo desse processo de reconhecimento e valorização dos três principais ativos intangíveis se deu por meio de uma pesquisa para a sua identificação. Em seguida foram criados indicadores para medir seus pontos fortes e fracos. A escolaridade dos colaboradores e um monitoramento do perfil das pessoas que deixaram a organização foram elementos importantes para estabelecer valores para o capital humano. Já os ativos de infra-estrutura foram medidos por meio de sistemas pré-estabelecidos de verificação de qualidade (como a pontuação do PNQ e os indicadores da ISO). Avaliaram-se ainda o desenvolvimento de novos produtos, serviços e sistemas e a melhoria dos já existentes.

Com isso, foi possível verificar as mudanças no perfil do profissional e a necessidade contínua de qualificar a força de trabalho bem como de padronizar processos. Áreas sensíveis como a Assessoria de Desenvolvimento e as Unidades Temáticas, respectivamente responsáveis pela melhoria de produtos e pela operacionalização de processos, foram identificadas, e os setores estratégicos foram mapeados. Outro resultado foi a montagem de um grande banco de dados,  além do estabelecimento de parcerias com centros de conhecimento e o fortalecimento dos times de qualidade atuantes na instituição.

Com a marca reconhecida inclusive internacionalmente e os ativos de infra-estrutura em constante revisão e aprimoramento, o foco principal do Sesi DR/BA é o Capital Intelectual, traduzido pela entidade como Capital Humano, explica Patrícia Campos, assessora de desenvolvimento da gestão: “Para nós, falar em capital intelectual é falar em capital humano. O Sesi valoriza muito seu capital humano, que, sem sombra de dúvida, é seu principal ativo”, afirma. É por essa razão que formar pessoas que criem conhecimento é o foco da gestão estratégica da empresa.

É por valorizar sua mão-de-obra, que a unidade soteropolitana do Sesi realiza um rigoroso processo seletivo para identificar profissionais com perfil adequado às necessidades da organização. Adota ainda um amplo programa de treinamento e desenvolvimento voltado para o cumprimento dos objetivos estratégicos. Incentivar o pensamento criativo e inovador e a troca de experiências também fazem parte do processo. O Sesi tem estimulado a apresentação de trabalhos técnicos nas áreas de saúde, educação, lazer e responsabilidade social e o intercâmbio de conhecimentos.

Para atrair e manter talentos, a empresa investe em qualificação e na autonomia do trabalho. A política de recursos humanos incentiva e cria condições para que os profissionais participem de cursos de especialização e mestrado com apoio financeiro de até 80%.  O resultado pode ser observado no baixo número de profissionais-chave que saíram do Sesi espontaneamente nos últimos três anos.

O desenvolvimento do capital intelectual é associado aos ativos de infra-estrutura como forma de identificar o desenvolvimento e a incorporação de novas tecnologias por meio do gerenciamento sistemático dos manuais e da parceria tecnológica com instituições renomadas. Um exemplo é a participação dos profissionais das escolas em seminários internacionais de intercâmbio no Canadá e na Argentina com o objetivo de trocar experiência e trazer melhorias ao processo educativo. O Sesi tem ainda programas de capacitação para seus profissionais-chave na área de gestão e um programa de contratação de consultorias especializadas no desenvolvimento de novos projetos.

Apesar de a inovação não afetar diretamente os negócios, já que o Sesi não é uma organização de mercado, a empresa adota uma postura inovadora no projeto de produtos e no processo de produção. O desenvolvimento não é focado apenas no aumento da eficiência, mas na agregação de valor para a instituição. A busca pela inovação é feita por meio de parcerias com universidades e centros de pesquisa nacionais e internacionais.  A existência de uma assessoria só para desenvolvimento e melhoria de produtos permite a inovação e a identificação mais apropriada das necessidades dos clientes e do mercado.

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