D’Avó é a primeira empresa supermercadista a adotar o MEG

Essa nova visão de negócios culminou na criação de políticas na empresa.

Com 25 anos de existência, a rede D’avó de Supermercados e Hipermercados possui nove lojas no estado de São Paulo, sendo cinco na zona leste da capital paulista, duas no Alto Tietê (Suzano e Mogi das Cruzes), uma em Taboão da Serra e uma em São Bernardo do Campo. Segundo o gerente executivo de Planejamento Estratégico e Recursos Humanos da rede, Reginaldo Branco, a cultura da inovação está no DNA da empresa. Prova disso é que a rede sai na frente e é a primeira empresa do varejo supermercadista brasileiro a implementar o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), disseminado pela FNQ. “Inovação não diz respeito somente à tecnologia da informação. É preciso ter também uma gestão inovadora”, afirmou o gerente.
 
Há apenas oito meses na organização, Branco já conseguiu mostrar aos seus superiores a importância de atingir a excelência em gestão e obteve o aval para dar início ao processo de implementação do MEG. “Ainda estamos engatinhando, mas sabemos da necessidade de sermos uma empresa moderna e essa é uma decisão do presidente”, disse. Segundo ele, uma organização moderna é, acima de tudo, aquela que é reconhecida como excelente. “A FNQ é uma instituição de grande credibilidade e temos consciência de que para sermos excelentes precisamos ser reconhecidos com uma empresa de classe mundial”. Com dois mil colaboradores diretos, a meta da rede é dobrar de tamanho a cada cinco anos. “Temos planejamento estratégico para isso. Daqui a 25 anos teremos 382 lojas”, afirma. 

Branco disse que a rede não tinha a pretensão de ser a primeira do setor a implementar o MEG, mas reconhece que isto aumentou a responsabilidade e a motivou ainda mais. “É um desafio. Agora temos de levar essa conscientização para outras organizações. "Para ser uma empresa de excelência tem de ter os critérios do modelo implementados”. Ele destacou que colaboradores da rede participam constantemente das atividades promovidas pela FNQ, como, por exemplo, os encontros semanais gratuitos e as reuniões de stakeholders. 

Gestão

O gerente afirmou que essa iniciativa da rede vai de encontro com a necessidade de fazer com que o varejo passe a ter uma idéia mais profissional do setor. “É necessário que haja uma mentalidade de business e não de subemprego, de subempresas, como existe no Brasil e no exterior, como se excelência não coubesse também ao varejo”, explica.

Essa nova visão de negócios apresentada por Branco culminou na criação de políticas na empresa. “Demos uma cara mais profissional para a organização. Começamos a trabalhar com políticas. Deixamos de atuar pela intuição e começamos a trabalhar em cima de valores.”. Hoje, o D’Avó tem política de valor humano, de relacionamento com o cliente, de qualidade e de planejamento, entre outras. “Com a atual crise financeira o varejo está demitindo, mas nós temos uma prática relacionada ao valor humano que é não demitir as pessoas que tenham alto desempenho e que sejam fiéis à empresa. Então, mesmo perante a crise, esses funcionários do D’Avó não serão demitidos”, garante.

Outro destaque desta nova fase da empresa é o planejamento estratégico, que é de forma participativa. “Assim começamos a ter constância nos nossos propósitos". Um dos desafios de Branco é fazer com que a rede conquiste o Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ). “Dentro do nosso planejamento estratégico temos de conquistar o PNQ daqui a oito anos, tempo que precisamos para arrumar a casa e fazermos a lição de casa. Vencer o prêmio é a conseqüência de um bom trabalho”, afirma.

Colaboradores

Para disseminar a causa da excelência em gestão para todos os colaboradores a empresa usa, entre outras ferramentas, a intranet. “Também vamos para as lojas e falamos muito com os funcionários. Estamos abrindo canais para as pessoas se comunicarem. Tentamos mostrar para eles que se eles não participarem, nada do que estamos fazendo vai ter sentido”.

Branco sabe que o processo de conscientização é longo e que tende a enfrentar resistências. “Neste início os colaboradores não estão gostando, pois estou tirando a empresa da zona de conforto”, disse. 

O gerente ressaltou que, para ser uma organização excelente precisa ter funcionários excelentes. “Preciso que eles tenham o desejo de voltar a estudar, de crescer na vida. É um processo de formiguinha, mas que traz resultados compensadores para os investidores, colaboradores, meio ambiente e sociedade”, completou. 

Inovação

Entre outras inovações da rede podemos mencionar que ela foi a primeira no Estado a implantar a automação comercial; a primeira a ter o cartão de crédito próprio, chamado Cartão Confiança; e pioneira em desenvolver um programa que oferece aulas gratuitas de ginástica e condicionamento para a melhor idade da comunidade no entorno das lojas, denominado Hiper em Forma. “Estamos muito mais preocupados em pensar nas novas práticas do que aplicar as melhores práticas”, disse Branco. 

“O D'Avó foi a primeira loja de varejo totalmente informatizada da retaguarda ao caixa. Isso foi em 1991, na loja de Guaianazes. O conceito de PDV modular foi introduzido em supermercados pela rede D'Avó, em 1992. O Cartão Confiança, criado em 97, foi o primeiro do segmento, que oferece crédito aos clientes do D'Avó e atende hoje mais de 250 mil famílias”, explicou Branco. 

De acordo com ele, a inovação é um processo natural na empresa. “Não buscamos ser inovadores. Fazemos tudo de maneira natural, espontânea, o que, conseqüentemente, nos torna uma empresa inovadora, por isso tenho certeza que inovação faz parte do nosso DNA”, garante. 

Crise

O D’Avó é uma rede que também importa vários itens para suas prateleiras, no entanto, a crise financeira internacional ainda não afetou essas importações. “As compras externas para o Natal foram feitas no primeiro semestre, antes da bolha estourar. Mas com certeza esse cenário fará a gente repensar as próximas compras”.

O gerente salientou que este é um momento de cuidar muito da sobrevivência das organizações, de repensar em investir mais em produtos nacionais. “Precisamos explorar mais os nossos produtos. Acreditamos que 2009 será um ano de impacto negativo no varejo, estamos com uma postura conservadora”, completou.

Segundo Branco, a melhor empresa, que tem excelência na sua gestão, é aquela que se perpetua, independentemente do cenário econômico. “No momento não queremos ousar, pois não sabemos o tamanho da crise. Mas queremos atingir a excelência na nossa gestão e sermos a melhor empresa para se trabalhar”, conclui. 

Tatiana Assumpção

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