Menos de dois anos após seu processo de privatização, ocorrido em 1992, a Copesul (Companhia Petroquímica do Sul), empresa sediada em Triunfo/RS, passou por um processo de reengenharia em que seus principais procedimentos foram identificados e redesenhados. Hoje a empresa é responsável por cerca de 40% do eteno produzido no Brasil, além de um total de 3 milhões de toneladas anuais de petroquímicos. 
Boa parte do sucesso obtido se deve aos processos de gestão do conhecimento e da informação implantados desde então.

O conceito de times semi-autônomos é uma das principais marcas da companhia, possibilitando circulação e aplicação efetiva das habilidades adquiridas pelas lideranças e transparência nos processos de gestão de pessoas. “Os times foram criados a partir dos processos redesenhados. Vimos que, para conduzi-los, a melhor maneira é ter times com líderes, os facilitadores, e pessoas que desenvolvem habilidades específicas e têm seu plano de carreira associado a elas, através do GEP (Gestão da Evolução Profissional)”, explica Eduardo Guaragna, coordenador da Qualidade da empresa.

“É uma forma de valorizar o conhecimento que dá sustentação a esses times. As habilidades não são reconhecidas apenas pelo fato de o colaborador ter um conhecimento, mas sim por colocá-lo em prática. O conjunto formado por conhecimento, habilidade e atitude é que estrutura essa forma de organização dentro dos times”, acrescenta Luiz Otávio Possani, analista de Planejamento.

Essa forma de trabalhar gera um processo bastante claro sobre quais habilidades e competências são necessárias para o desempenho de cada função. Quando uma pessoa assume um novo cargo, já sabe o que tem de aprimorar. Na medida em que adquire as habilidades por meio de treinamentos, são certificadas pelos “padrinhos” (responsáveis pelo acompanhamento do processo) e ganham pontos que indicam as faixas salariais.

A outra parte que amarra a formação do conhecimento são os sistemas integrados de gestão e os procedimentos e processos deles decorrentes. Atualmente, a Copesul conta com as certificações ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001, além do SPIE (Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos). Todas as práticas decorrentes desses parâmetros estão interligadas. 

Ativos intangíveis
No plano da valorização de seus ativos intangíveis, a Copesul trabalha em duas frentes: a construção de sua marca por meio da sustentabilidade e por meio do aprendizado e da inovação.

Neste último, a companhia tem três objetivos centrais: desenvolver o comprometimento de todos com as práticas de sustentabilidade, assegurar a evolução da gestão empresarial (com análise dos critérios de excelência à luz do Sistema Copesul de Gestão) e garantir a excelência na gestão de pessoas, com formação e educação de lideranças.

“Já formamos 74 lideranças, que passaram por quase 200 horas de treinamento, com desenvolvimento cognitivo e de vivências”, completa Guaragna.