Braskem cria padrão de fornecimento com base no PNQ

Fundada em 2002, a empresa é fruto de uma negociação entre a Odebrecht e o Grupo Mariani, que integraram seus ativos petroquímicos à Copene Petroquímica do Nordeste S.A.

 

Braço petroquímico do Grupo Odebrecht, um dos mais representativos complexos empresariais do País, a Braskem passou seus primeiros anos de vida tentando administrar o impasse entre seu sistema de gestão Classe Mundial e os métodos organizacionais de seus fornecedores. As incompatibilidades dificultavam os fluxos e comprometiam prazos e resultados, fazendo-se necessária a criação de um padrão de fornecimento. Fundada em 2002, a empresa é fruto de uma negociação entre a Odebrecht e o Grupo Mariani, que integraram seus ativos petroquímicos à Copene Petroquímica do Nordeste S.A, localizada no pólo de Camaçari/BA, referência internacional em produtividade no setor.

 
A solução começou a ser colocada em prática no ano passado, com o desenvolvimento do programa de competitividade e compromisso com a excelência, extensivo à cadeia de fornecedores de serviço. Em maio de 2006 foi lançado o Programa Braskem + Parceiros. Por meio do trabalho de capacitação de fornecedores, a petroquímica passou a introduzir seus valores e processos — adaptados ao porte, capacidade e características de cada parceira.

 
A ação converteu-se na padronização da prestação de serviços, por meio de uma receita que segue o sistema de avaliação do PNQ.  Os resultados podem ser percebidos pelo aumento da competitividade dos parceiros, que passam a ter mais condições de expandir seus negócios, além de aumentar suas carteiras de clientes entre as organizações de grande porte.

 
“Muitas empresas que prestam serviços hoje na organização nasceram sem uma estruturação adequada do negócio. Como a concorrência é primordial para qualquer transação e sociedade, a Braskem tem interesse que essas empresas se perpetuem no mercado”, afirmou Tsiane Poppe Araújo, coordenadora do programa, que hoje atinge parceiros de serviços, administradores de contratos da empresa e os membros do Comitê Braskem + Parceiros, que representam as áreas que possuem atividades terceirizadas.

 
Segundo a coordenadora, “O comitê possui uma atuação importante na definição e estruturação de práticas, padrões, iniciativas, metas, prioridades do processo de contratação e gerenciamento de serviços”, explicou ela, ressaltando suas seis dimensões: aptidão, qualificação, desenvolvimento, infra-estrutura, relacionamento e desempenho e performance. A dimensão desenvolvimento possui um desdobramento por meio do Braskem +, conduzido pela Gerência de Processos Corporativos (GPC), que é baseado nos critérios de excelência do PNQ”.

 
Estruturação do programa

Tsiane diz que existem atualmente 63 contratos envolvidos no programa. “Nós contamos como contrato e não como empresa, por que algumas delas se repetem nas nossas unidades. Muitas vezes, temos o mesmo fornecedor, com desempenhos diferentes em cada contrato. Então, em cada estado onde a Braskem possui unidades, foram escolhidos os mais estratégicos”, destacou.

 
O trabalho de capacitação e desenvolvimento dos fornecedores de serviços Braskem + Parceiros está estruturado em 8 etapas. São elas: escolha das empresas parceiras para o programa de capacitação, lançamento do Braskem + Parceiros nas unidades, autodiagnóstico do nível de maturidade, treinamento, construção do relatório da gestão, verificação (visita e diagnóstico), feedback com os fornecedores de serviços e plano de melhorias.

 
“Os fornecedores que obtém baixa pontuação não são excluídos dos nossos contratos. São estimulados a desenvolverem-se conforme as metas estabelecidas. Vale destacar que colocamos metas de crescimento para três anos. A pontuação obtida em cada ciclo contará pontos na Avaliação de Desempenho do Fornecedor feita no final. Além disso, teremos eventos de reconhecimento, que estão sendo estruturados para reconhecermos a performance dos fornecedores que se destacaram”, explicou Tsiane.

 
A base do trabalho é o modelo do PNQ: “Aplicamos [o modelo] na íntegra. No critério Resultados, orientamos que os fornecedores apresentem os indicadores do negócio e do contrato com a Braskem. Essa idéia surgiu com o feedback dos nossos administradores de contratos. Ao receberem os relatórios de avaliações das empresas parceiras, [eles] perceberam que muitas haviam tido um boa pontuação, mas deixavam a desejar no desempenho do contrato com a Braskem”.

 
Segundo a coordenadora, o programa é aplicado igualmente para todos os fornecedores, inclusive os de pequeno e médio portes. A diferença está na escolha do modelo, que influencia a forma de avaliação.

 
Indicadores monitorados

Tsiane avalia que, pelo fato de o programa ser novo, muitos indicadores de performance de qualidade e produtividade do escopo do contrato estão sendo estabelecidos. “Estamos monitorando os acidentes com ou sem afastamento, o retrabalho e o número de desvios, dentre outros, para acompanhar seu comportamento, e fazer uma correlação com a pontuação obtida. O resultado é o reflexo do desempenho dos processos e resultados. Esperamos que, à medida que os pontos cresçam, as performances sejam cada vez maiores”.


A coordenadora diz que após o processo de avaliação, cada parceira recebe um gráfico individual onde são mostrados a pontuação máxima possível, tais como a meta da Braskem e o desempenho alcançado por aquele fornecedor. O documento indica também uma comparação positiva com a indicação da média de todas as empresas consolidadas.


“O resultado desse trabalho mostrou algumas dificuldades por parte das parceiras, como: falta de objetivos e metas definidas para o negócio e para o contrato, ausência de indicadores de performance, carência de processos sistematizados de identificação de aspectos e impactos das atividades no meio ambiente. Além disso, notou a necessidade de acompanhar as informações informações sobre o mercado de atuação, que permitam obter benchmarks para o estabelecimento de metas e a tomada de decisão”, ressaltou.


Tsiane falou dos planos para 2008: “Incluímos no nosso orçamento um projeto de benchmark para acompanharmos os resultados desses parceiros, uma demanda que surgiu deles próprios. Esse projeto, que está sendo discutido com a FNQ, visa estudar o comportamento da performance das empresas, conforme o Critério 8 – Resultados (financeiro, de cliente, de pessoas, de processos e de  fornecedores, dentre outros). Serão padronizados os indicadores e as fórmulas de cálculos para garantir a pertinência da comparação dos dados. As informações das parceiras serão tratadas de forma estatística e sigilosa. A Braskem só terá acesso aos resultados consolidados”, finalizou.

 

Tatiana Assumpção

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