Avaliar o clima organizacional é fundamental na implementação de melhorias

O superintendente de Gestão de Pessoas da organização, Rafael Teodoro Bolina, conta que, anualmente, avalia o clima para verificar a visão que os empregados têm da companhia.

No contexto corporativo atual, em que mudanças ocorrem a todo o momento, as organizações precisam ter estratégias definidas, sustentadas por uma gestão que estimule o envolvimento e a participação dos colaboradores. Para isso é importante avaliar o clima organizacional e, a partir dos resultados, elaborar e implementar planos de melhorias.

Foi com esse objetivo que a concessionária de serviço público de energia Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. (Eletronorte) desenvolveu a prática “Estudo do Clima Organizacional” (ECO). A iniciativa, que data de 1997, tem apresentado bons resultados. 

O superintendente de Gestão de Pessoas da organização, Rafael Teodoro Bolina, conta que, anualmente, avalia o clima para verificar a visão que os empregados têm da companhia. O objetivo é medir o grau de satisfação com a área em que cada um trabalha e com a empresa como um todo. “Focamos na organização também para verificar como o empregado entende a forma como a empresa se propõe a fazer mudanças para atender às suas necessidades” afirma o superintendente. O funcionário responde a um questionário via intranet no qual avalia sua qualidade de vida e a gestão da organização. 

Quando o foco é a área em que atua, o colaborador responde a questões em torno de sua relação com colegas, da comunicação interna da empresa, da transparência dos processos e da eficácia da circulação das informações. Quando o assunto é qualidade de vida, fala sobre as condições de trabalho oferecidas pela organização para que possa exercer suas atividades. E valorização e gerenciamento são itens levados em conta quando se analisa a gestão. 

São 3.700 profissionais contratados e 1.500 terceirizados. O questionário, organizado em tópicos, é enviado a todos os colaboradores, mas a resposta não é obrigatória. “Fazemos uma campanha intensa para mostrar a todos que é importante responder. Alcançamos bons índices, cerca de 80%”, afirma Bolina. São três pesquisas diferentes: uma voltada para contratados até o fim do ano anterior, outra para os que foram admitidos no ano em que se realiza a pesquisa, e a última destinada aos funcionários terceirizados, que passaram a ser ouvidos em 2005. A partir das repostas, forma-se um banco de dados que permite fazer simulações a partir do conjunto de pessoas que responderam à pesquisa e dos fatores nela enfocados. 

Segundo o executivo, a cada ano o estudo é aprimorado para contemplar mais fatores e ser mais abrangente. Ele menciona algumas melhorias, como a introdução de programas de saúde e qualidade de vida. “A partir dos resultados, identificamos as demandas e desenvolvemos ações que envolvem a área de treinamento e a comunicação interna”. Identificados os pontos de melhoria, a área de gestão de pessoas, responsável pela coordenação da prática, comunica as gerências. Em conjunto, elas desenvolvem planos de ação para atender às demandas. O gerente de cada setor acompanha o trabalho de perto, o que auxilia na evolução dos resultados”, explica o executivo. 

A primeira pesquisa contou com a colaboração da Universidade de Brasília (UNB). A idéia era procurar pessoas especializadas que ajudassem na formulação e no desenvolvimento do questionário. “A partir do segundo, terceiro ano, ela já ganhou uma forma bem eficaz. O sistema de análise, tabulação dos dados e geração de relatório é objetivo e produtivo”, avalia Bolina. Todos os participantes e o gerente de cada área recebem retorno dos resultados. O passo seguinte é desenvolver planos de melhorias dos pontos fracos. 

Para disseminar a importância do ECO, a Eletronorte tem uma equipe responsável pela implementação da pesquisa. Junto com a comunicação, é realizada a sensibilização para incentivar as pessoas a responder ao formulário. 

Dois psicólogos integram a equipe. A função deles é formular as perguntas de forma que as respostas sejam objetivas e facilitem a tabulação. As pessoas levam em média 15 minutos para responder ao questionário. Como as respostas caem automaticamente no sistema, é possível acompanhar o percentual de respondentes. “Dessa forma, alertamos a gerência se a área está participando ou não”, afirma o superintendente. 

Segundo Bolina, a melhora no clima é nítida a cada ano. O feedback, a implementação de melhorias e a comunicação objetiva ajudam nesses resultados. Para o executivo, existe um entendimento maior de como a organização anda. “Quando esclarecemos dúvidas dos funcionários, diminuímos a insatisfação, gerada muitas vezes por falta de conhecimento e participação no que acontece dentro da empresa”, explica. Outro ponto importante para o executivo foi a diminuição da distância entre o discurso da alta direção e as práticas efetiva da companhia. 

A Eletronorte tem como desafio ampliar a participação dos colaboradores. Em 2006, a meta era fazer com que 69% participassem do levantamento e se chegou ao índice de 77%. Para 2007, a meta é de 80%. Para 2008, de 85%.

 

 

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