Carnaval 2018: aulas de gestão e cidadania no sambódromo

Por Jairo Martins, presidente executivo da Fundação Nacional da Qualidade

Apesar das urgências que estão a nos impor outra dinâmica de vida e trabalho, o velho ditado de que, no Brasil, o ano novo só começa após o carnaval ainda é uma realidade para alguns. Entretanto, para a felicidade de uns e infelicidade de muitos, esta imagem do Brasil começa a se desfazer. Os comprometidos e bem-intencionados - cidadãs e cidadãos de verdade -, no afã de transformar o Brasil, trabalham antes, durante e depois do carnaval.

Exemplo recente disso tivemos neste carnaval, quando, para a perplexidade de muitos, as ruas, avenidas, passarelas e sambódromos, além de mostrar a arte, a descontração e a criatividade do brasileiro, foram palcos dos mais expressivos protestos e de manifestações de indignação de um povo.

Como se diz popularmente, “para bom entendedor, meia palavra basta”. Mas, desta vez, não houve meias palavras - tudo foi dito com todas as letras -, para todo o tipo de entendedor. Com tudo o que temos passado - escândalos, desmandos, roubos, propinas, mentiras descaradas, confusão institucional, vai e vem de malas de dinheiro, impunidade, prende e solta, entre outros descasos, o País atingiu um novo patamar civilizatório e não temos o direito de permitir que tudo isso seja perdido. É o momento de transformar o Brasil e o primeiro passo já foi dado pela população.

Intencionalmente ou não, o fato é que os brasileiros passaram uma descompostura nos malfeitores: políticos, governantes, empresários, direita, esquerda, militantes, aproveitadores, preguiçosos, parasitas, coniventes, acomodados e acovardados. Não há dúvidas de que a carapuça serviu e está servindo para muita gente. Quem ainda não entendeu, que procure entender.

Em suma, o sambódromo nos deu uma verdadeira aula de gestão: liderança transformadora, pensamento sistêmico, compromisso com as partes interessadas, orientação por processos, adaptabilidade, aprendizado e inovação, desenvolvimento sustentável e, por fim, a geração de valor. Coincidentemente, esses são os Fundamentos da Excelência disseminados pela FNQ na sua Plataforma de Gestão - MEG 21.

Como cidadãs e cidadãos, comprometidos com o Brasil, temos de construir o nosso futuro e redobrar a nossa atenção ao último Fundamento - a Geração de Valor. Temos de ser críticos e identificar se políticos, governantes, empresários, pessoas, instituições e organizações geram realmente o valor que precisamos. Não podemos mais nos deixar iludir com promessas e mentiras descaradas. Temos de tomar atitudes, banir os desonestos, públicos e privados, e os caciques políticos que tanto mal já fizeram ao Brasil - é hora de fazer as escolhas corretas.

2018 chegou para isso: é o ano da transformação do Brasil. Quem não estiver disposto a mudar de atitude e a trabalhar por essa causa, desapareça, pois aqui não é o seu lugar.

O Brasil é a nossa tarefa!  

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