Aprendizagem organizacional na gestão das universidades

A aprendizagem organizacional caracteriza-se pela criação, aquisição e transferência de conhecimentos pela organização com o objetivo de gerar vantagens competitivas.

No Brasil, as instituições de ensino superior assumem a forma de Universidades, Centros Universitários, Faculdades Integradas, Faculdades, Institutos ou Escolas Superiores. Estas instituições têm como objetivo oferecer benefícios de natureza social, cultural, econômica, educativa, tecnológica e moral à sociedade. Mudanças nos mercados, com alterações econômicas e nas expectativas dos clientes, influenciaram a gestão educacional. O acirramento da competição no mercado de ensino universitário brasileiro, na primeira metade da década de 90, revelou a profissionalização e a agressividade das propagandas utilizadas pelas universidades para conquistar o consumidor. A institucionalização do mercado deixou explícita uma diversificação de produtos e serviços educacionais sem precedentes, bem como uma acentuada diferenciação entre as universidades que interagem no mercado de ensino.

Em função deste ambiente, as instituições de ensino superior precisam adotar ferramentas gerencias capazes de conduzir o desempenho organizacional e que visem a manutenção da competitividade no mercado. A atual literatura sobre estratégia aponta a importância das pessoas no sucesso das organizações, afirmando que estas devem ser bem treinadas, motivadas e orientadas, para tornar o processo produtivo competitivo. A aprendizagem organizacional está, neste sentido, relacionada ao crescimento das instituições, ao permitir a geração de um fluxo contínuo de ideias que possibilitará o aperfeiçoamento dos processos internos. Estes por sua vez, levaram ao aprimoramento dos serviços e tornaram possível a elevação da satisfação do cliente. 

A aprendizagem organizacional caracteriza-se pela criação, aquisição e transferência de conhecimentos pela organização com o objetivo de gerar vantagens competitivas. O conceito de aprendizagem é simples, mas a sua operacionalização no quotidiano organizacional apresenta dificuldades. A adoção dos conceitos da metodologia Balanced Scorecard é o meio de se implementar a aprendizagem organizacional sugerido por diversos estudos. Para Kaplan e Norton, autores do Balanced Scorecad, somente por meio de sua habilidade para lançar novos produtos, criar mais valor para seus clientes e melhorar sua eficiência operacional, que uma empresa consegue penetrar em novos mercados e aumentar receitas e o valor para o acionista. Dentro deste contexto, os autores apontam que a aprendizagem organizacional advém de três fontes: pessoas, sistemas e procedimentos organizacionais. 

Uma das mudanças mais radicais no pensamento gerencial dos últimos anos foi a transformação do papel dos funcionários. As operações de produção controladas por computador substituíram os trabalhadores por processamento mecânico e operações de montagem padronizadas. As empresas de serviço passaram a permitir o acesso direto dos clientes ao processamento de transações por intermédio de avançados sistemas de comunicação e informação. Essas mudanças exigem o aprimoramento e reciclagem dos funcionários, para que suas capacidades criativas sejam mobilizadas para o atingimento dos objetivos organizacionais. 

As habilidades dos funcionários podem ser necessárias para o alcance das metas, contudo para que se desempenhem com eficácia no ambiente competitivo, precisam também de informações precisas sobre os clientes, os processos internos e as consequências financeiras de suas decisões. Mesmo funcionários habilitados, que dispõem de excelente acesso às informações, não contribuirão para o sucesso organizacional se não forem motivados a agir no melhor interesse da empresa, ou se não tiverem liberdade para decidir ou agir. Por isso, o terceiro vetor da aprendizagem organizacional deve focar o clima organizacional para motivação e iniciativa dos funcionários.

Existem grandes distâncias entre as capacidades das pessoas, sistemas e procedimentos utilizados e o que será necessário para atingir metas que levem a um desempenho decisivo. Para suprimir essas distâncias, as instituições de ensino superior devem investir, portanto, no desenvolvimento de docentes e funcionários, na promoção do acesso à tecnologia da informação e no alinhamento das rotinas e procedimentos organizacionais, visando incentivar a cultura para aprendizagem e inovação. A gestão da aprendizagem organizacional deve se pautar na utilização de indicadores de desempenho para a avaliação de funcionários e docentes que incluem uma fusão de medidas de resultados, tais como satisfação, retenção e treinamentos e medidas detalhadas de habilidades específicas a cada função. As capacidades dos sistemas de informação podem ser mensuradas pela disponibilidade em tempo real de informações acuradas de processos e clientes para a tomada de decisão pelos gestores. Os procedimentos organizacionais podem ser analisados pelo alinhamento entre os incentivos dados aos empregados e os fatores de sucesso organizacionais, além das taxas de melhoria em processos críticos e focados em clientes.

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