A importância das estratégias e planos na busca pela excelência da gestão

Planejar ações significa responder o que será feito, como será feito, quanto irá custar, quem irá fazer, porquê será feito e quando será feito.

Outro dia, em um debate, foi perguntado sobre os significados de estratégia e plano de ações. Um colega disse o seguinte, procurando ser bem simples: “estratégia significa a escolha de um caminho, dentre as diversas opções existentes. Já o plano de ações pode ser entendido como o mapa que sinaliza o caminho estabelecido pela estratégia”. Achei bem interessante a resposta. 

Planejar ações significa responder o que será feito, como será feito, quanto irá custar, quem irá fazer, porquê será feito e quando será feito. E pode até ser que seja detectado algum item que inviabilize a ação. Faz parte do planejamento. Estratégia e plano de ações são essenciais para a gestão de qualquer projeto ou empreendimento, de grande ou pequena dimensão. Isso por que proporcionam rumo, orientação, direção, e têm uma influência muito grande tanto em aspectos comportamentais, quanto na conquista de novos mercados e redução de custos, fatores que exercem influência na competitividade e perenidade das empresas, inclusive naquelas de pequeno porte. 

Isso pode ser notado por meio da pesquisa realizada pelo Sebrae/SP(2008) no Estado de São Paulo, que revelou que para cada cem empresas que surgiram em 2000, 64 já não operavam mais em 2006, caracterizando uma taxa de mortalidade empresarial de 64% antes dos seis anos de existência. Já no primeiro ano de atividade, 27% dos negócios encerraram suas atividades, 38% não atingiram o final do segundo ano, 46% não chegaram ao final do terceiro ano, 50% não ultrapassaram o quarto ano e 62% não continuaram suas atividades após o quinto ano (Sebrae/SP, 2008).

As principais causas da mortalidade apontadas pela pesquisa são a falta de planejamento prévio à abertura da empresa, deficiências em gestão empresarial, baixa intensidade do comportamento empreendedor, insuficiência de políticas públicas de apoio, influências da conjuntura econômica e problemas pessoais dos empreendedores, relacionados principalmente à sucessão, sociedade, saúde e criminalidade.  Pode-se perceber que a falta de clareza sobre os rumos e a estratégia do empreendimento fragiliza a tomada de decisões no dia a dia.

Continuei pensando sobre a questão do início do texto. Sob outro ponto de vista, podemos relacionar também a estratégia com a habilidade do empreendedor em desenvolver visões. FILION (1991, p. 63-71) explica o empreendedor como “uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. Esta conceituação é ampla o bastante para revelar a combinação entre observação, criatividade, articulação e ação, que dotam a visão do empreendedor com um potencial extraordinário de transformação da realidade.  

Para se ter uma ideia do que significa este poder, basta verificar tudo o que foi criado pelo homem ao longo da história. Desde grandes empreendimentos até itens do dia-a-dia como roupas, utensílios domésticos, veículos, entre outros. Tudo é fruto da visão empreendedora, isso é, um dia esteve na mente de alguém que conseguiu energia suficiente para transpor obstáculos, articular recursos necessários e torná-la realidade. De forma correspondente, MALHEIROS R.C.C. (2005) apresenta o empreendedor como uma pessoa que desenvolve visões, dotada de grande energia e comprometimento, obstinada a realizar aquilo que se propõe, detentora de habilidades de liderança e de identificação de oportunidades, com capacidade de decisão e concentração, independente, criativa, entusiasmada e disposta a assumir riscos. 

A visão empreendedora contribui então para a concepção da estratégia? Acredito que sim, é ela que fornece energia e elementos relevantes a serem considerados ao lado das tradicionais análises de oportunidades, forças, fraquezas e ameaças. Além disso, após as concepções da estratégia, do plano e da execução das ações, é importante o acompanhamento e controle, o que permite a comparação do planejamento com o que realmente aconteceu e é muito útil para que novas decisões sejam tomadas em relação à continuidade de atuação da empresa naquela estratégia. 

Portanto, vamos sempre nos lembrar: a gestão de excelência acontece a partir de um excelente planejamento estratégico e operacional do negócio.

Referências:
FILION, L.J. O planejamento do seu sistema de aprendizagem empresarial: identifique uma visão e avalie o seu sistema de relações. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.31, n.3, p. 63-71, jul./set. 1991. 
MALHEIROS, R.C.C.; FERLA, L.A.; CUNHA, C.J.C.A. Viagem ao mundo do empreendedorismo. Florianópolis: IEA, 2.ed., 2005. 368p.  
SEBRAE-SP. 10 anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de empresas. São Paulo: SEBRAE, 2008. 120p.

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