Sarkar afirma que empreender sem inovar é pouco sustentável

Em entrevista concedida para a FNQ em Revista, Sarkar diz que “inovação é fazer ou criar algo novo que represente geração de valor”.

Um dos cem maiores especialistas em Inovação, Soumodip Sarkar, segundo "World Economic Forum Innovation 100", considera que empreendedorismo é “a criação da riqueza de forma sustentada. Sarkar, indiano, diretor do Centro de Estudos Avançados em Gestão e Economia da Universidade de Évora e coordenador do Programa de Empreendedorismo e Inovação, foi o keynote speaker do 7º Fórum Empresarial da FNQ, no dia 18 de setembro, em São Paulo. 

Em entrevista concedida para a FNQ em Revista, Sarkar diz que “inovação é fazer ou criar algo novo que represente geração de valor”. 

Qual a relação entre empreendedorismo e inovação?
É fundamental. O empreendedorismo sem inovação tem pouca sustentabilidade. 

Para Peter Drucker, “inovação é a ferramenta específica dos empreendedores(..) Pode ser apresentada como uma disciplina, pode ser aprendida, pode ser praticada. Os empreendedores precisam procurar as fontes da inovação, as mudanças e seus sintomas, que indicam oportunidades para inovações com sucesso”. Você concorda com ele?
Concordo totalmente que é uma disciplina que pode ser aprendida. Pena que a maior parte dos “peritos” saiba ir pouco além das palavras. Aliás, por vezes fico com a impressão que o objetivo desses peritos é fazer com que tudo isso continue como um mistério. 

A inovação é a principal estratégia competitiva das empresas? Por quê?
Não diria principal estratégia, mas sim uma estratégia fundamental de médio e longo prazo. As crescentes forças de um mercado cada vez mais globalizado ditam que, o que quer que seja que uma empresa faça hoje, em breve alguém fará mais barato e talvez melhor. A única maneira de estar à frente desta concorrência, visível e invisível, é tentar acrescentar valor sustentado e inovar. A inovação pode acontecer na forma de novos produtos e serviços, tecnologias, mercados, linhas de materiais e recursos, e modelo de negócio. 

É fácil inovar?
Não. A inovação é arriscada e não acontece por acaso. É preciso ter um sistema que funcione, que busque a melhoria contínua, que reconheça os bons colaboradores, que aproveite a ‘inovação aberta’ e que cuide da inovação disruptiva. É fundamental que as empresas criem uma cultura organizacional de inovação. 

Por que muitas organizações resistem à essa cultura da inovação?
Porque elas procuram previsibilidade, estabilidade, confidencialidade, baixo risco e eficiência e, muitas vezes, a inovação envolve o oposto do que a precede. 

Qual a principal prática de inovação?
Analisar a seguinte pergunta: “como é que eu posso dar a melhor resposta às necessidades dos meus clientes?” e associado a isso: “o que é que o cliente poderá querer amanhã? ”. Para responder a estas perguntas, a empresa tem que necessariamente inovar, por meio de aplicação de tecnologia (na maioria das vezes, mas nem sempre), novos métodos de chegar ao cliente; alterações na distribuição; e aumentar a eficiência.

Como assegurar a sustentabilidade por meio da inovação?
Não há uma formula mágica, mas o uso de tecnologia e know-how é fundamental. Não basta a inovação ser diferenciada, precisa haver aceitação no mercado; ter algum tipo de proteção, como as patentes; e ser contínua. 

Tatiana Assumpção

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