Itau incentiva consumo consciente para buscar o crescimento sustentável

Em entrevista exclusiva à FNQ em Revista, a gerente de Sustentabilidade do Itaú Unibanco, Maria Eugênia Taborda, explica o funcionamento do programa.

 

Quando se fala em sustentabilidade, a maioria das pessoas pensa somente em ações voltadas para a preservação do meio ambiente. Mas um crescimento sustentável demanda uma sociedade consciente, principalmente quando se trata de consumo. Foi essa mentalidade que levou o banco Itaú Unibanco a criar, em 2004, o programa "Uso consciente do dinheiro".


O crescimento da economia do país vem gerando uma nova classe de consumidores, com maior acesso ao crédito e a serviços que anteriormente eram inviáveis. Um estudo do Itaú Unibanco mostra que, atualmente, as classes C, D e E respondem por 85% da população, além de 69% dos cartões de crédito. No sistema bancário, isso refletiu em uma grande inclusão de novos clientes, com mais de 125 milhões de contas corrente e poupança. No entanto, algumas possíveis conseqüências desse cenário, como endividamento e inadimplência, exigem cuidados. Como forma de solucionar esses problemas, o banco decidiu conscientizar seus correntistas sobre o uso consciente de seus recursos financeiros, evitando o consumismo exagerado e visando a um projeto de vida a longo prazo.


Em entrevista exclusiva à FNQ em Revista, a gerente de Sustentabilidade do Itaú Unibanco, Maria Eugênia Taborda, explica o funcionamento do programa , o novo e consciente posicionamento da empresa e o papel da instituição bancária na busca pelo crescimento sustentável.

 

O que é o programa do uso consciente do dinheiro e como foi implantado?
Consiste em variadas ações com o objetivo de orientar e auxiliar os clientes do Itaú a usar de forma sustentável os serviços do banco. A pergunta que norteou o trabalho foi "Como é que conscientizamos o cliente a tomar o credito de forma consciente?". Em um primeiro momento, foram criadas cartilhas para orientar o uso consciente do crédito, do cartão e da conta corrente, além palestras sobre o tema. Depois, isso foi expandindo para o uso consciente do dinheiro, como um todo.
 

O que levou o Itaú Unibanco a se posicionar dessa forma, incentivando mudanças de atitude na sociedade? 
Isso faz parte da agenda de sustentabilidade, mas, mais do que isso, é um posicionamento do Itaú, que quer ser o banco líder em performance sustentável e em satisfação de clientes. O uso consciente do dinheiro é fundamental para alcançar estes objetivos. A política do Itaú é oferecer a coisa certa na hora certa pra pessoa certa. Neste processo, também é importante focar no posicionamento da marca. "O Itaú muda com você" resume bem essa visão do banco.

Em que estágio está o programa? Que resultados já são notados?

Nossa constatação é que podemos entregar cartilhas e dicas, mas se não "cair a ficha" para o indivíduo, sua mentalidade não muda. Mudamos a concepção do programa trazendo não só discussões sobre planejamento financeiro, mas colocando a pergunta "Qual é o projeto de vida daquela pessoa e como o dinheiro pode ajudá-la a alcançar seu objetivo?". Realizamos também uma série de ações, como ensino à distância e reuniões de chat, com o intuito de conscientizar e integrar os colaboradores a esta mentalidade. Como resultado, vemos o interesse deles em participar do programa e informar o cliente de maneira mais consciente, revendo produtos e serviços antes de oferecê-los.

 

O uso consciente do dinheiro significa também consumo consciente ou uma nova forma de consumo. Esse programa pode ser considerado uma forma do Itaú contribuir com a sustentabilidade? 
O uso consciente do dinheiro faz parte da plataforma de sustentabilidade do banco. Quando falamos desse uso consciente, falamos não só de pessoa física, mas também jurídica, em especial pequenas empresas. Constituímos um serviço de assessoria financeira, com um perfil personalizado para cada caso. A gente discute bastante como separar o que é supérfluo do que não é e esse conceito varia de pessoa pra pessoa. O que é essencial para alguém pode ser supérfluo para o outro. 


Acredita que ações inovadoras das empresas, como essa campanha, são "o segredo do sucesso" para desenvolvimento sustentável? 
É um conjunto de coisas que influenciam nesse sentido. Não somente a campanha, mas também a educação dos colaboradores e o olhar único para cada cliente. É uma forma não só de agir, mas de pensar. Estamos caminhando neste sentido, em uma mudança de paradigma que o mundo exige.


Qual o papel de um banco numa sociedade de consumo que está descobrindo que o consumismo sem limites não vai levar a nada?
A política do Itaú é de que dinheiro não é fim, dinheiro é meio. O banco tem a função de instigar uma reflexão nas pessoas, para que elas usem o dinheiro de forma mais consciente. Porque o papel de um banco, como elemento essencial para o funcionamento da economia, não é o de apenas oferecer crédito, mas mostrar a melhor maneira de usá-lo. Analisando desta forma, alcançaremos um crescimento responsável e sustentável.

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