Gestão de risco é fundamental para a boa governança corporativa

Heloisa Bedicks, diretora executiva do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), fala sobre como transformar riscos em oportunidades.

O ato de pensar nos riscos envolvidos nos negócios tornou-se tão estratégico quanto dar um passo à frente nos objetivos empresariais. Para sobreviver ao atual contexto econômico mundial, empresas de boa governança corporativa estão mais preocupadas com o gerenciamento de seus riscos. A gestão de riscos permite às organizações identificar, avaliar, mensurar, tratar, monitorar e revisar seus riscos e objetivos. 

Ela transforma riscos em oportunidades, criando um diferencial competitivo de mercado. Na entrevista a seguir, Heloisa Bedicks, diretora executiva do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), fala sobre o assunto. 

Como funciona a gestão de riscos corporativos? 
O conselho administrativo das empresas deve identificar os possíveis riscos e pensar no que será feito para minimizá-los. Em seguida deve ser definido o apetite ao risco: se será feita a prevenção dele ou se ele será aceito, a partir daí deve pensar na forma em que o trabalho será desenvolvido, se na redução, compartilhamento ou exploração do risco. 

Quais os principais passos para desenvolver uma gestão de riscos corporativos eficiente?
Identificar, avaliar, mensurar, tratar e monitorar o risco. Num último momento, a comunicação desse risco para os stakeholders também é fundamental. 

Como os riscos podem ser identificados e quais podem ser suas naturezas? 
Para identificar deve ser feito o mapeamento de todos os riscos, que podem ser de natureza estratégica, operacional, financeira, tecnológica e ambiental. 

Qual a importância desta ferramenta em tempos de crise?
Há um risco novo, o do crédito. Se a identificação e a prevenção deste risco tivessem sido feitas, empresas de determinados setores, que precisam de recursos provenientes do mercado, não teriam tido tantos problemas. Outra situação é das empresas que se expuseram a um risco maior do que sua própria capacidade de absorção deste risco, que gerou muitos problemas com derivativos. 

Como deve ser uma boa governança de gestão de riscos corporativos? 
A participação da liderança é imprescindível. Tem de haver o envolvimento do conselho administrativo e da direção. O conselho é o guardião do gerenciamento de riscos de uma empresa. A diretoria tem de assegurar que todos os riscos estão identificados e que há um sistema de informação adequado. O conselho deve apresentar à direção uma lista com os riscos, juntamente com as medidas de prevenção ou minimização. 

A gestão de riscos é uma cultura nova no Brasil? 
Não. O que está mudando é a performance do conselho administrativo, que está melhorando muito e isso faz com que haja uma preocupação maior. Esse envolvimento e maior responsabilidade no efetivo monitoramento dos riscos por parte das lideranças estão se aperfeiçoando cada vez mais. 

Qual a importância da governança corporativa e que vantagens as empresas que a praticam usufruem direta ou indiretamente?
Governança corporativa é um sistema que melhora o relacionamento entre as diversas partes da empresa. Faz com que haja alinhamento de interesses e uma chance muito maior de sobrevivência da empresa num longo prazo.  Além disso, empresas que adotam boas práticas de governança tendem a captar recursos a um custo menor.

Patrocinadores dessa edição
Saiba como patrocinar Patrocinadores38
Loading
Comentários
Para escrever comentários, faça seu login ou conecte-se pelo Facebook ou Linkedin
Carregando... Loading
Carregando... Loading