Gestão baseada na inovação é um dos desafios do Fórum QPC

Na entrevista a seguir, Sônia, que é gerente de Competitividade da Secretaria de Desenvolvimento do Espírito Santo, fala sobre os próximos passos do Fórum QPC.

A presidente do Fórum de Qualidade Produtividade e Competitividade (QPC), Sônia Coelho de Oliveira, cujo mandato é para o biênio 2010/2011, tem como principal desafio fortalecer a Rede QPC, que dissemina o Modelo de Excelência em Gestão® (MEG), desenvolvido pela FNQ. Sônia, que é gerente de Competitividade daSecretaria de Desenvolvimento do Espírito Santo, afirma que é de extrema relevância que a rede atenda às demandas “sempre crescentes de um país como o nosso, em desenvolvimento”.  Na entrevista a seguir, ela fala sobre os próximos passos do Fórum QPC. 

 


Como você vê a adesão por parte dos setores público e privado às novas ferramentas de comunicação, como blogs, Twitter e Orkut?
Há grandes distorções de níveis tecnológicos de organizações no Brasil. Existem empresas de ponta competindo mundialmente e também as micro e pequenas empresas e prefeituras do interior, que são a grande maioria nesta nossa nação. A adesão é baixa. Ainda temos  grandes desafios nesta área: inclusão digital, pensar estrategicamente em comunicação, manutenção de uma estrutura nas organizações que atenda à abertura deste nível e, quando tem, de vinculação dela com a gestão da organização. 

Até que ponto a busca por uma gestão baseada na inovação pode fazer a diferença dentro de um mercado cada vez mais competitivo?
Estar no mercado é viver em um ambiente dinâmico, competitivo e globalizado. Um bom produto hoje pode estar melhor desenvolvido e mais barato amanhã pelo seu concorrente. Não há receita que não possa ser melhorada. Gerar um ambiente propício à incorporação de inovações nos seus  produtos, serviços e gestão passou a ser uma necessidade de sobrevivência para as empresas. Ambiente inovador é aquele em que há aprendizado, que se conhecem os referenciais comparativos, que estimula a pesquisa, conta com diferentes pessoas que são valorizadas e motivadas por suas ideias.  

Qual o objetivo do seu trabalho como gerente de Competitividade da Secretaria do estado de desenvolvimento do Espírito Santo?
Cunhamos  um novo conceito que chamamos de competitividade sistêmica estadual, aquela em que o Estado tem poder de ação e temos como objetivo a sua melhoria, bem como a estrutural, pensando nos arranjos produtivos locais e a das organizações do Espírito Santo.

Quais as principais ações desenvolvidas e implementadas por você neste cargo?
A principal atividade é o programa COMPETE-ES, que tem como principal objetivo criar um ambiente inovador para o Espírito Santo. Para tanto, disseminamos o MEG, trabalhamos o capital social, participamos de políticas públicas de recursos humanos  e de ciência e tecnologia para dar sustentação ao crescimento do Estado. Fizemos também parcerias com a iniciativa privada, com a academia e organizações públicas para construções de redes. 

O que é o Contrato de Competitividade, desenvolvido pelas secretarias de Desenvolvimento e da Fazenda do Espírito Santo? Como ele funciona?
É um instrumento que o Governo do Estado utiliza para dar incentivos fiscais a setores produtivos locais e, em contrapartida, o setor aplica na melhoria de sua competitividade.  É feita uma análise do setor interessado para saber se existe assimetria tributária com concorrentes de outros estados e, caso exista, ele recebe o incentivo para aplicação na sua melhoria e adequação ao novo mercado.

De que forma a gestão pela qualidade pode gerar resultados práticos para o cidadão no que se refere aos serviços públicos?
Definir o que é crítico, organizar  o processo, mantê-lo funcionando, ter indicadores para medí-lo e fazer melhorias. Esta receita serve para quase tudo. Para uma fila que não anda, para um documento que não chega, para um doente que não é atendido, para uma decisão da justiça que demora. Basta ter  constância de propósito que o resultado chega e se estruturado, chega para ficar  com a satisfação do cidadão.

Que resultados podemos citar como fruto desta nova cultura?
Uma sociedade mais madura, com mais cidadania e melhores decisões quanto aos seus governantes e necessidades.

Como mobilizar o servidor público a perseguir mais eficiência e efetividade na atuação pública?
No Espírito Santo temos uma boa experiência neste sentido, mas há uma sequência de ações motivadoras, como a agenda de recebimento anual, que dá tranquilidade ao funcionalismo. Após, estruturou-se um código de ética. A seguir, planos de treinamentos, seminários e workshops, com exigências de participação para cada pessoa dependendo do cargo ocupado. Foi elaborado concurso para gestores públicos, dentro do perfil desejado e reestruturada as carreiras. Pagamentos foram diferenciados para professores dependendo da sua produção e uma premiação chamada INOVES, que tem crescido muito, premia as equipes com projetos inovadores para melhoria da gestão pública. Os resultados são animadores, equipes motivadas e com maior autoestima.

Tatiana Assumpção

 

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