Como o objetivo de promover o compartilhamento de experiências entre os seus membros e produzir materiais que possam disseminar as boas práticas no que se refere ao exercício da ética nas organizações, a FNQ lançou, no dia 1º de julho, na sede do grupo AES Brasil, em São Paulo, o Comitê de Ética Empresarial. 

Izilda Capeletto, diretora da área de Ética e Compliance do grupo e coordenadora do comitê, informou que a comissão conta com o trabalho voluntário de, aproximadamente, 20 pessoas que se reunirão mensalmente para discutir os caminhos, ações e resultados do trabalho. Na entrevista a seguir, Izilda fala sobre o Comitê de Ética Empresarial da FNQ. 

O que motivou a criação do Comitê?
A FNQ tem como  missão disseminar os Fundamentos da Excelência na gestão. Havia um desejo por parte da instituição em disseminar boas práticas no que se refere ao exercício da  ética nas organizações. Fui convidada a dar uma palestra no ciclo de Encontros FNQ e, na sequência, nasceu o convite para organizar o comitê. Por outro lado, o convite para a palestra foi uma consequência do trabalho que a empresa que eu represento vem fazendo junto à FNQ. No ano passado a AES Eletropaulo foi finalista do Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ) e, portanto, cresceu o interesse do mercado em  conhecer as boas práticas da empresa.

Quem são os atores do Comitê e quais suas responsabilidades?
Primeiramente a própria FNQ, que nos dá todo o suporte no que se refere à metodologia e boa parte da logística. Na sequência as empresas, por meio dos conhecimentos e práticas adquiridas na área e seus representantes designados. Foi feita uma seleção criteriosa, com base em um questionário e apenas as empresas que atingiram uma determinada pontuação puderam participar. O comitê funciona no sistema da autogestão. Fizeram parte da primeira reunião as empresas: Itaú-Unibanco, Ibope, Editora Abril, Suzano Papel  e Celulose, Rhodia, Furnas, Atlas Schindler, Elektro, Votarantim, CPFL Energia, Liquigás, AES Brasil, Copel, Senac (RS),  Eletronorte, Tozzini Freire, Kurita, Sandvik, CNI/SENAI (Nacional) e Nextel.  

Quais serão as principais ações desenvolvidas pelo Comitê?
Além das reuniões mensais, que são sediadas de forma rotativa, cada mês em uma empresa, onde são apresentadas as boas práticas da empresa anfitriã, o comitê pretende desenvolver alguns produtos para disseminar as boas experiências no mercado. Os produtos ainda estão em fase de definição, com forte probabilidade que seja lançada uma publicação com a coletânea dessas boas práticas.

Qual a importância da ética para o planejamento estratégico de uma organização?
Penso que a ética é fundamental e imprescindível para qualquer organização ou sociedade. Temos inúmeros exemplos de empresas que agiram sem ética e não sobreviveram.Vivemos em rede, conectados, e a falta de ética, a má reputação, é um caminho sem volta para a perda da credibilidade e da sustentabilidade.

Quais os principais desafios éticos que serão enfrentados pelo Comitê?
O comitê deverá, enquanto grupo, praticar a ética que defende. Acredito que devido à qualidade dos profissionais que temos no comitê, este não será um problema. 

Quais os tópicos que serão discutidos nas próximas reuniões do Comitê? 
Abordaremos as seguintes questões: como será disseminado o código de ética; como será feito o gerenciamento do código de ética; quais ferramentas serão usadas para apurar desvios de condutas e estabelecimento de punições aos transgressores; quais serão os canais para a força de trabalho fazer consultas ou denúncias; quais serão os mecanismos de proteção para a força de trabalho decorrentes do cumprimento das normas de conduta; como será demonstrado o comprometimento da alta direção e demais lideranças com as práticas éticas; quais práticas serão executadas visando caracterizar uma relação de transparência da FNQ com a sociedade; e como será feito o mapeamento dos riscos éticos e como eles serão tratados. 

Tatiana Assumpção