FNQ inicia estruturação do Índice Nacional da Qualidade em Gestão

Com o título de Índice Nacional da Qualidade em Gestão (INQG), a FNQ começa a montar um indicador para medir a excelência em gestão das organizações brasileiras

Os 16 anos de conhecimento da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade darão origem ao maior banco de dados sobre gestão no País. A expertise da instituição começa a ser utilizada para montagem de um mapa dinâmico sobre o tema, que abrangerá todo o território nacional. A iniciativa também chama a atenção no exterior. 

Organizações semelhantes à FNQ vêm demonstrando interesse em conhecer o trabalho que começa a ser desenvolvido para, quem sabe futuramente, implementar em seus respectivos países. Com o título de Índice Nacional da Qualidade em Gestão (INQG), a FNQ começa a montar um indicador para medir a excelência em gestão das organizações brasileiras, sejam elas públicas, privadas ou da sociedade civil. 

Por meio do preenchimento pelas empresas do e-MEG Diagnóstico, software de diagnóstico da gestão desenvolvido pela FNQ em parceria com a Petrobras, disponibilizado de forma gratuita no Portal FNQ, a instituição poderá avaliar de forma abrangente o nível de maturidade da qualidade da gestão das organizações e sua evolução, além de permitir um conjunto de analises comparativas das práticas de excelência das organizações no País. Essa extensa base, formada a partir das respostas dos questionários, proporcionará dezenas de recortes que mostrarão, desde um quadro nacional da gestão empresarial, até detalhes como, por exemplo, em que ponto de desenvolvimento está a liderança - ou qualquer outro critério - das pequenas empresas de uma microrregião, dentre tantas outras variáveis possíveis.

Este ano, em um projeto piloto, serão analisadas cerca de 500 organizações. A partir de então, a entidade pretende multiplicar em progressão geométrica a captação de informações e, conseqüentemente, a abrangência do levantamento. Felipe Cassapo, líder do processo de Gestão do Conhecimento da FNQ, detalhou a proposta para a FNQ em Revista. 

No que consiste o Índice Nacional da Qualidade em Gestão?

Genericamente podemos dizer que o INQG será uma maneira de se aproveitar de forma sistematizada todo o conhecimento acumulado em 16 anos pela FNQ. Com esse indicador será possível avaliar todos os setores das organizações - público, privado e da sociedade civil -  por intermédio da qualidade de sua gestão. A proposta da FNQ é que o índice permita os mais variados recortes para análises da excelência das organizações brasileiras. Isso é muito interessante porque cada vez há mais estudos que mostram que, de todos os investimentos que uma instituição pode fazer para aprimorar os seus resultados, a opção pela boa gestão é a que traz retorno mais rápido. Se a empresa tiver de escolher entre investir em gestão, tecnologia ou educação, por exemplo, ela precisa saber que a primeira opção é a que lhe trará retorno mais rápido.

O que o indicador poderá mostrar?

Ele permitirá todo e qualquer recorte para se enxergar o nível de gestão, seja de uma organização,  de um setor, de um município, de um estado ou em um determinado período. E ainda cruzar tais recortes como, por exemplo, saber qual o nível de gestão de um determinado setor, em uma certa localidade em um  período de tempo. A partir dessa vasta possibilidade de análises, consegue-se conduzir planos de melhoria para a qualidade da gestão, seja em uma região, em um setor ou até mesmo em uma única empresa. Quando uma organização se compara com outras percebe em que precisa melhorar.

Como surgiu a idéia desse projeto?

A origem do indicador está na missão da FNQ, que é disseminar os Fundamentos da Excelência em gestão para o aumento da competitividade das organizações e do Brasil. Estamos falando do País como um todo e não apenas das empresas. Isso inclui setor público e as instituições não governamentais. Então, para sabermos o que vamos mostrar e para quem, precisamos ter um retrato.

Como os dados serão captados?

A FNQ, por meio do seu Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), tem instrumentos que viabilizam o levantamento a compilação desses dados para que se possa conduzir uma série de trabalhos visando ao aprimoramento da qualidade da gestão. Os próprios critérios e fundamentos são instrumentos de grande importância. Faremos isso pela Internet, por meio de um software de diagnóstico, chamado e-MEG Diagnóstico.

O indicador só poderá se construído a partir de empresas usuárias do MEG?

Não. Todas as organizações podem fazer parte dele. Nossa idéia é levantar dados de um grande número de organizações para que se possa ter uma amostra representativa do Brasil. O piloto vai utilizar a base das melhores e maiores da revista Exame como piloto, para poder começar a levantar o indicador e a sentir o nível das informações. A ação começou em maio. A idéia é utilizar uma ferramenta eletrônica criada pela FNQ, o e-MEG Diagnóstico, para o recolhimento de dados. A partir das melhores e maiores será possível elaborar análises e estudos. No segundo semestre ainda estudaremos esse piloto para, no ano que vem, partir para um projeto maior,  a criação do Índice Nacional da Qualidade em Gestão de forma mais representativa.

Como será feita a avaliação?

Depois do preenchimento do questionário do e-MEG teremos vários números e percentuais a partir de cada critério. Eles formarão o INQG. Será feita ainda uma ponderação dos resultados de cada critério para se ter um valor representativo, que pode aparecer em três níveis de análise. Em termos macro, teremos um índice geral, uma média ponderada de todos os critérios. Em um segundo nível vamos começar a olhar esse indicador cortado por algumas variáveis, como setor, porte, região, seguindo sempre a média ponderada dos critérios. Num terceiro nível, bastante micro, é possível avaliar práticas de gestão específicas. É possível recortar ainda mais, como por exemplo, liderança nas pequenas empresas da região X. A quantidade de variações é enorme.  Com base nesses dados, será possível produzir uma série de pesquisas, bem como registrar evoluções do indicador com o passar do tempo. Conseguiremos fazer análises de grande complexidade, como  saber qual o tempo médio de retorno de uma indústria quando ela investe em liderança, por exemplo. Isso tem um valor muito grande.

Qual o tamanho esperado da amostragem?

Primeiramente, as 500 melhores e maiores pela facilidade de acesso à base de dados. Depois, não há limite. Queremos atingir o maior número possível de organizações nos mais diversos locais. Pretendemos, já em 2009, ter alguns milhares de organizações com dados compilados.

A FNQ está trabalhando sozinha ou conta com parcerias?

Começou sozinha, mas estamos em busca de parceiros. Temos percebido interesse de instituições bastante representativas.

Qual a estratégia  que a FNQ vai utilizar para atrair uma grande quantidade de empresas a disponibilizar seus dados?

A possibilidade de ela ter parâmetros de sua gestão comparada com o seu próprio setor, sua região, organizações do seu porte, entre outros. Oferecemos às organizações uma possibilidade de se auto-avaliar e conhecer ou comparar seu desempenho em relação à médias setoriais, além dos benchmarking da base de dados da FNQ. Tais informações possuem um valor muito interessante para processos de planejamento estratégico, e aprimoramentos operacionais voltados ao aumento da competitividade.

Esse indicador será disponibilizado livremente?

Sim. Queremos tornar a informação pública e que ela seja bastante utilizada por universidades para pesquisas.

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