Empresas apostam em práticas de educação para liderança e inovação

Encontrar e contratar um profissional qualificado, com habilidades e competências técnicas adequadas para atender aos objetivos estratégicos da empresa, está entre as principais dificuldades atuais das companhias. Para cargos que exigem perfil de liderança, o desafio pode ser ainda maior. Assim, o mundo corporativo torna-se um dos melhores ambientes para formar capital humano, com a implantação de práticas inovadoras e a criação de programas próprios de capacitação, treinamento e desenvolvimento de talentos e novas lideranças.

Neste contexto educacional, muitas organizações brasileiras e estrangeiras estão entre as mais bem-sucedidas na formação e no desenvolvimento de líderes. Uma pesquisa global realizada pela consultoria Hay Group com quase 7 mil executivos do alto escalão em 103 países mostrou que, cada vez mais, as empresas criam ambientes e apresentam práticas de gestão voltadas à educação para liderança e inovação.

O estudo, apresentado pelo Hay Group durante o 20º Seminário Internacional em Busca da Excelência promovido em agosto pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), revelou que, no ranking global, a General Eletric aparece no topo da lista, seguida por Procter & Gamble e IBM. Já na América Latina e no Brasil, a Unilever foi considerada a melhor empresa para desenvolver lideranças, nutrir talentos e promover a inovação. Na sequência estão a 3M e a IBM.

O levantamento identificou também as principais ações que as empresas mais bem colocadas no ranking adotam para apoiar a agilidade e a inovação. Na América Latina, por exemplo, 70% das 10 empresas mais bem colocadas afirmaram que seus líderes celebram regularmente as inovações e 80% garantem que as ideias dos líderes de subsidiárias têm a mesma chance de serem implementadas do que aquelas das lideranças da matriz. Além disso, 70% das mais bem colocadas disseram que proporcionam oportunidades estruturadas para que jovens funcionários promovam ideias inovadoras para os líderes seniores.

Ainda de acordo com a pesquisa, 60% garantiram que seus funcionários dedicam muito tempo para discutir as necessidades futuras dos clientes, enquanto 70% informaram que os cargos de suas empresas foram desenhados para permitir flexibilidade para responder a projetos imediatos. Fora isso, todas asseguraram que o feedback negativo e as dificuldades no desempenho são tratados como oportunidade para aprender a crescer.

Na avaliação de Glaucy Bocci, líder da prática de Liderança e Talentos para a América Latina do HayGroup, os resultados do estudo evidenciam que a colaboração é a chave do sucesso para líderes da América Latina fazerem a inovação acontecer localmente. “Como as economias latino-americanas vêm crescendo e as condições têm melhorado, as qualidades da liderança se tornam mais importantes, porque as organizações têm que trabalhar duro para reter seus empregados. E com a falta de talentos, quase todas as melhores empresas permitem que todos pratiquem os comportamentos de liderança”, ressalta.

Glaucy reforça ainda que a inovação se tornou um importante diferencial em todo o mundo. “Por isso, as organizações estão investindo no desenvolvimento de pessoas e na celebração da diversidade e colaboração”, conclui.