Banco Real converge suas ações na busca pela sustentabilidade

O grande esforço do Banco Real ao longo dos últimos oito anos tem sido conjugar a preocupação em relação às questões ambientais e sociais com a busca pelo lucro”.

Com o objetivo de intensificar seu papel de multiplicador na sociedade, o Banco Real tem ‘um novo jeito de fazer negócio’, de acordo com a diretora-executiva de Desenvolvimento Sustentável do Grupo Santander Brasil, Maria Luiza Pinto. “Nosso grande esforço ao longo dos últimos oito anos, desde que iniciamos nossa jornada em busca da sustentabilidade, tem sido conjugar a preocupação em relação às questões ambientais e sociais com a busca pelo lucro”. 

A executiva afirmou que, desde o início do processo, o banco trabalhou com a premissa de que a mudança deveria acontecer de dentro pra fora. “Nossa proposta não era nos adaptarmos a uma boa prática ambiental, ou apoiarmos grandes causas sociais. Nós trabalhamos para mudar o patamar de consciência dos indivíduos, para que promovessem mudanças não só dentro do trabalho, mas em casa, na escola, na comunidade e etc”, explicou Maria Luiza. Na entrevista a seguir, ela conta mais detalhes sobre o assunto. 

Quais foram as principais mudanças implementadas pelo banco, no que tange a sustentabilidade?
Nossa visão sistêmica permitiu que a inserção da sustentabilidade acontecesse em diversas frentes. Criamos novos produtos e serviços, como o Fundo Ethical, Microcrédito e Financiamentos para Sustentabilidade, entre outros, e mudamos muitos aspectos de nossa gestão, como Diversidade no Ambiente de Trabalho, Gestão de Fornecedores e Ecoeficiência, para citar alguns exemplos. 

Qual foi o maior desafio deste processo de busca contínua pela sustentabilidade? 
Foi fazer com que os stakeholders aderissem e se engajassem na causa da sustentabilidade e incorporassem novos comportamentos. 

Em relação à gestão, o que mudou? 
Desde 2000, quando iniciamos esse movimento, temos buscado inserir sustentabilidade no planejamento dos nossos negócios.  Não tínhamos uma receita pronta, mas sabíamos que essa construção seria feita no dia-a-dia, com o trabalho conjunto de todos os funcionários e com a parceria de nossos fornecedores. Desde o início, percebemos que, se conseguíssemos influenciá-los em todos os seus papéis, dentro e fora do trabalho, a mudança seria muito mais ampla. Hoje vemos que a decisão de focar a mudança no indivíduo foi acertada. Em 2001 foi criada oficialmente a área de responsabilidade social, hoje Diretoria de Desenvolvimento Sustentável, que tem como principal função incentivar e ajudar as outras áreas a incorporarem práticas sustentáveis em seu dia-a-dia. Além disso, temos um Conselho de Sustentabilidade, formado por representantes sêniores das áreas, que acompanham os planos de inserção da sustentabilidade nos produtos, serviços, processos e relacionamentos. Também contamos com o forte apoio da alta direção, que é primordial.

Quais as principais práticas de sustentabilidade do banco? 
A implementação de coleta seletiva em 96% das agências e a certificação ISO 14001 do edifício-sede. Também temos investido na adoção de práticas de construção sustentável. A unidade de Cotia (próxima a São Paulo) foi a primeira agência bancária no Brasil a receber a certificação do Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), selo internacional concedido pelo Green Building Council. Além disso, o Banco Real realiza desde 2005 um inventário das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e, com base neste estudo, lançou a Pegada de Aquecimento Global (PAG), que permite monitorar as emissões geradas por cada funcionário em seu período de trabalho. Além de reduzir o consumo de energia, que responde por 61% de nossas emissões de GEE, fazemos a compensação de emissões por meio do programa Floresta Real, iniciativa que visa a restauração de mata ciliar da Bacia do Rio Juquiá e a geração de renda para a Comunidade de São Domingos, localizada no município de Registro, interior de São Paulo.  O Banco Real mantém, em outra frente, o Papa-Pilhas, programa de recolhimento de pilhas e baterias Desde outubro de 2007, já foram coletados 111,6 toneladas de Pilhas e Baterias em 1.818 pontos.

Como é possível gerenciar riscos socioambientais e ao mesmo tempo criar e agregar valor para o mercado e para a sociedade? 
Quando começamos a colocar em prática esse novo jeito de fazer negócios, que respeita o meio ambiente, o cliente e a sociedade como um todo, ganhamos o respeito dos nossos interlocutores e damos um bom exemplo aos demais. Desde 2000 verificamos o aumento da satisfação de nossos clientes. Também acompanhamos a Atratividade da Marca de Bancos no Brasil. Essa pesquisa pergunta ao entrevistado em qual banco ele preferiria abrir uma conta, caso fosse abrir. Há seis anos, na primeira vez que fizemos a pesquisa, o Banco Real estava em 5º lugar, 16 pontos percentuais atrás do líder. A pesquisa mais recente aponta que estamos tecnicamente empatados em 1º lugar. Não há como provar que uma coisa esteja relacionada à outra, mas como esse crescimento é contemporâneo à gestão da sustentabilidade, acreditamos que nossas práticas de gestão tenham interferido nos números. Temos uma série de depoimentos de clientes que disseram ter intensificado os negócios com o Banco Real ou mesmo aberto a conta em função da identificação com nossos valores. Desde que passamos a adotar critérios sociais e ambientais na concessão de crédito para clientes corporativos, por exemplo, vimos muitos clientes contratando novos serviços ou passando a se preocupar com a transformação de seu negócio graças à influência do banco.
Todas essas ações formam o jeito de fazer do Banco Real. E esse jeito de fazer vem mostrando que funciona e que traz resultados benéficos não só para a organização, mas para a sociedade como um todo. Prova disso é que o engajamento e o orgulho dos funcionários em trabalhar no Banco Real têm aumentado ano após ano. Como consequência, a atratividade da nossa marca subiu de 16% em 2004 para 22% em 2007, segundo o instituto Gallup.

O que é o Espaço Real de Práticas de Sustentabilidade? É uma ação inovadora no setor financeiro? 
É um espaço criado para compartilhar com a sociedade, especialmente com empresários, o que aprendemos com o movimento de inserção da sustentabilidade no negócio.  Ele promove programas de treinamentos presenciais para clientes corporativos e fornecedores, palestras e oficinas abertas para todos os públicos e um site, que oferece cursos on-line e um Banco de Práticas, entre outros conteúdos voltados à disseminação de práticas empresariais sustentáveis. O tema colaboração é ainda muito recente quando se fala sustentabilidade e, nesse sentido, o Práticas é uma iniciativa pioneira. Desde que começamos a ser reconhecidos pela seriedade com que buscamos o desenvolvimento sustentável, diversas empresas vieram nos procurar para saber como conseguimos trabalhar este tema em educação ou em um planejamento estratégico, por exemplo. Percebemos, então, que havia uma oportunidade de compartilhar com o mercado o que aprendemos na prática e, assim, incentivar outras empresas a trilharem este caminho com a gente. O Espaço Real de Práticas em Sustentabilidade objetiva encurtar a jornada das empresas rumo à sustentabilidade, sem que elas precisem passar pelas mesmas dificuldades que já passamos. Ao compartilhar nossas experiências, acreditamos que ajudaremos a construir empresas melhores, para um país e um mundo melhores. 

Como o assunto é tratado pelos colaboradores?
No último ano, metade dos mais de 30 mil funcionários passou por ações de treinamento ou engajamento em sustentabilidade. Como resultados dessas práticas existem ações de sustentabilidade nas mais diferentes áreas de negócios, mas também nas de suporte, como no departamento jurídico, que promove reuniões com escritórios terceirizados para discutir sustentabilidade, e no departamento de tecnologia de informação. A inserção da sustentabilidade está sendo vista como uma grande oportunidade de inovação. Nosso desafio é estar em constante aperfeiçoamento e trocar ao máximo o conhecimento adquirido com outras empresas para que a jornada em direção ao desenvolvimento sustentável seja encurtada. O processo de integração do Banco Real com o Banco Santander aumenta nossas possibilidades, assim como as responsabilidades de levar adiante esse movimento.

Quais os principais projetos para 2009? 
Sustentabilidade é um caminho sem volta na sociedade – e no Banco Real não é diferente. Por isso, temos o objetivo de aperfeiçoar nossas ações e ajudar a tornar o tema cada vez mais presente nas discussões, dentro e fora da instituição. Continuaremos trabalhando para avançar na incorporação da sustentabilidade no nosso dia-a-dia, agora com um desafio ainda maior, pois já estamos com a missão de levar o tema para o Grupo Santander Brasil. 

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