Associação de saneamento participa da Rio+20 para buscar soluções globais no setor

Em entrevista exclusiva para a FNQ em revista, a presidente nacional da ABES, Cassilda Teixeira, conta quais os principais desafios do setor.

Parceira da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) há mais de 15 anos, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) é uma das principais disseminadoras do Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) no setor de saneamento. Advinda da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental (AIDIS), a ABES foi criada para contribuir e aprimorar a infraestrutura de saneamento no Brasil. Hoje, a entidade agrupa 10 mil associados e, há 46 anos, atende empresas municipais, estaduais, fornecedores e consumidores físicos ou jurídicos.

Com atuação em todos os Estados, a ABES busca constantemente discutir os compromissos do setor e aprimorar a qualidade dos serviços prestados. Para isso, a associação promove anualmente o Prêmio Nacional da Qualidade em Saneamento (PNQS), que, por ser alinhado ao Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), visa aumentar a competitividade das empresas de saneamento por meio do incentivo à melhoria da gestão.

Mas, para engajar mais organizações nessa causa e levar as questões relacionadas ao saneamento para uma discussão global, a ABES participa, em junho, da Rio+20, uma conferência realizada pelas Nações Unidas para renovar os compromissos políticos com o desenvolvimento sustentável. 

Em entrevista exclusiva para a FNQ em revista, a presidente nacional da ABES, Cassilda Teixeira, conta quais os principais desafios do setor, com foco na gestão e na sustentabilidade, além das expectativas da associação para a Rio+20.

Como você avalia a gestão no setor de saneamento? 
A gestão nas empresas de saneamento vem se desenvolvendo bastante desde a criação do PNQS. Nesses 16 anos de premiação, as organizações se transformaram radicalmente e algumas delas já se tornaram referência no setor. Com a gestão cada vez mais integrada, as empresas que participam do evento ajudaram a alavancar o número de população abastecida em 60%. Hoje, as instituições se tornaram mais competitivas e caminham rumo à excelência da gestão. 

Quais os desafios para o setor?
Nosso maior desafio é a inovação, pois o setor não consegue investir todo o recurso disponível. Por isso, acabamos por fazer saneamento como há 20 anos. Em 2011, o setor investiu mais de R$ 7 bilhões em inovação, mas não foram suficientes para suprir a necessidade que as empresas de saneamento têm em inovar. O pensamento atrasado do brasileiro acaba por prejudicar a criação de novas estações de saneamento, que hoje podem demorar até cinco anos para serem construídas. 

Como será a participação da ABES na Rio+20?
Participaremos da Rio+20 para discutir os principais desafios do setor, focando em sustentabilidade dos serviços de saneamento, meio ambiente e recursos hídricos. Nosso objetivo é debater e discutir soluções para a melhoria efetiva dos nossos serviços ao consumidor e, a partir daí, criar estratégias para alavancar o número de atendidos pelas estações de saneamento. 

Quais as expectativas em relação a Rio+20, do ponto de vista do setor de saneamento?
Embora haja expectativa para nortear o futuro do saneamento, a falta de confirmação de líderes globais diminui a esperança de grandes resultados. Com isso, fica mais difícil pensar em estratégias globais. Sendo assim, a evolução do saneamento está fadada a caminhar a passos lentos.

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