AES Sul conquista reconhecimento do governo por suas práticas éticas

Claudio Scatena, gerente de compliance corporativo do grupo AES, concedeu entrevista exclusiva à FNQ em Revista, para falar sobre os principais motivos que levaram a sucursal gaúcha a obter o reconhecimento junto ao governo.

 

Organizações que primam pela ética, com valores de conduta bem definidos e atualizados, e com bons programas de disseminação destes conceitos aos seus colaboradores, costumam gerar retornos satisfatórios não só em termos financeiros, mas principalmente em relação à sua reputação. No caso da AES Sul, distribuidora de energia elétrica que atua no Rio Grande do Sul e uma das empresas do Grupo AES Brasil, o resultado dos investimentos feitos em ética e compliance foram além do esperado: após ser reconhecida no Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ) em 2010, a empresa foi listada, em setembro deste ano, no Cadastro Empresa Pró-Ética, concedido pela Controladoria Geral da União (CGU) a organizações com boas práticas de governança e padrões éticos.


Com mais de 7.500 colaboradores, o Grupo AES utilizou o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) da FNQ para aprimorar sistematicamente o Programa de Compliance Corporativo desenvolvido em 2003, a fim de padronizar as normas de conduta em todas as empresas do grupo.


Claudio Scatena, gerente de compliance corporativo do grupo AES, concedeu entrevista exclusiva à FNQ em Revista, para falar sobre os principais motivos que levaram a sucursal gaúcha a obter o reconhecimento junto ao governo.

 

A que você atribui a conquista do Cadastro Empresa Pró-Ética pela AES Sul?
Apesar de ainda existirem melhorias a serem feitas, nosso Programa de Compliance está maduro. E, quando analisamos a proposta do cadastro empresa pró-etica, achamos que valeria a pena participar. Quatro das práticas do nosso programa, que utiliza a metodologia do MEG, passaram a integrar o Banco de Boas Práticas da FNQ. Com essa sinalização da FNQ, conseguimos verificar pontos de melhoria até chegar o momento que, em 2010, fomos reconhecidos no PNQ. Assim como o Cadastro pela CGU, são elementos que nos preparam e mostram o quão correto está nosso programa.
 

Quais as vantagens para a AES Sul neste reconhecimento concedido pelo governo?
O melhor a destacar é que uma série de entidades, como a CNI, o Ethos, e outras instituições com renome validaram e chancelaram os processos e os procedimentos de integridade da AES Sul. Isso quer dizer que a empresa tem políticas em relação à ética. E estar listado num cadastro como esse, com poucas organizações selecionadas, gera visibilidade e credibilidade para a empresa no mercado brasileiro, a respeito de uma evolução na gestão empresarial. Acredito que haverá, em breve, um momento em que a sociedade como um todo irá premiar ou punir as empresas pelo comportamento ético da organização. Esse comportamento influencia não apenas o desempenho financeiro, mas também a escolha de um consumidor e a forma como a empresa é vista pelo mercado e pelos parceiros. Nosso programa pode ser incipiente em relação à realidade atual do mercado, mas representa uma bandeira, de praticar a ética e os valores em todas nossas ações de negócio, com indutor da transformação da realidade do Brasil.
 

Como é o programa de compliance da AES e como ele é disseminado para os colaboradores?

O programa é fundamentado no Guia de Valores da empresa, que é nosso código de ética. Ali está um material que inspira as pessoas a tomarem decisões embasadas, em qualquer cargo que seja, do eletricista ao presidente. Com base nisso foi criado nosso Programa de Compliance, composto por três pilares: treinamento, que envolve a disseminação dos valores e a conscientização dos colaboradores; helpline, um canal criado para que as pessoas possam trazer dúvidas ou denúncias; e a análise contratual de compliance, voltada para os parceiros de negócio, que visa mitigar riscos de reputação para a AES. Para cada novo funcionário, fazemos um trabalho junto com o RH, onde nosso guia de valores é passado, e o colaborador tem uma tarefa mandatória para certificação do código de conduta, garantindo que leu e entendeu aquele guia. Há também modalidades de disseminação via e-learning e por meio dos gestores, que atuam como multiplicadores ao reunir suas equipes para discutir valores éticos, utilizando trechos de filmes e desenhos animados.

 

Quais os principais desafios encontrados para a disseminação das práticas éticas em todo o grupo?
O programa de compliance da AES nasceu em 2003, em função do crescente numero de escândalos corporativos que vinham sendo revelados no mundo. Mas foi em 2007 que aconteceu uma reestruturação da área, com uma grande mudança no cenário e um grupo maior cuidando do programa. Desde então, nos preparamos internamente para refinar o guia até conseguirmos estar presente nesta lista da CGU. Isso mostra que nosso programa está bastante maduro, embora a gente entenda que a evolução e a melhoria devam ser contínuas. Em novembro, vamos buscar a mesma conquista para mais empresas do grupo, como é o caso da AES Eletropaulo. A AES Sul foi a primeira a alcançar o Cadastro e, sendo o nosso programa de compliance válido para todas as sucursais, temos confiança de que outras logo conseguirão também.

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