A competitividade como principal agente de uma economia aquecida

O professor de Administração de Empresas da FGV – EAESP, Luiz Carlos Di Serio, mostra a importância da inovação para aumentar a competitividade de um país e responde quais os entraves que o Brasil enfrenta para melhorar seus índices de inovação.

 

Muito se fala em competitividade para a sobrevivência das organizações em cenários instáveis e turbulentos. Tornar-se uma empresa competitiva tem sido essencial, principalmente em países de economia emergente. Recentemente, o Brasil cresceu nos rankings de competitividade internacionais, mas ainda se mostra despreparado para alcançar o topo do índice.


Mas, o que precisa ser feito para melhorar nossa competitividade? Quais setores estão à frente quando o assunto é inovação para a competitividade? Essas e outras questões foram respondidas pelo professor do curso de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luiz Carlos Di Serio, em entrevista exclusiva para a FNQ em revista.


Confira abaixo os principais trechos da entrevista:


- O Brasil tem capacidade para crescer, ainda mais, nos rankings de competitividade?


Não existe eficácia no processo de inovação brasileiro, então, se não fizermos reformas estruturais significativas será muito dificil. Nós não transformamos nossa capacidade de inovação em resultados. Temos importantes centros de pesquisa e tecnologia no país e potencial inovador, mas não gerimos resultados finais. Precisamos, primeiramente, estruturar e integrar nossos centros de pesquisa com a nossa capacidade inovadora e, só assim será possível destacar o Brasil como um país altamente competitivo.


- Quais são os principais entraves para a competitividade brasileira?


Excesso de tributação do governo, excesso de burocracia no processo de abertura e fechamento de empresas. Nessa questão, somos os piores do mundo, perdemos até para a Venezuela. Não existe uma concentração de esforços para facilitar o dia a dia do empresário. Além disso, não existe uma priorização do governo para a competitividade. Passado o período que planejamos competir, voltamos a estaca zero, e acabamos perdendo muito tempo. Atualmente, por exemplo, as empresas e o governo estão com os olhos voltados para a Copa de 2014, mas não estamos nos planejando para quando esse período acabar.


- O que precisa ser feito para que o Brasil aumente sua competitividade?


Grande parte das melhorias a serem feitas para aumentar a competitividade do país está nas mãos do governo. Precisamos nos preocupar mais com essa questão, principalmente no atual período de economia aquecida. É hora de mudar e estruturar novos pensamentos para quebrar todos os entraves que não permitem o aumento da competitividade brasileira. Isso passa por questões básicas como, construção e manutenção de estradas, e aumentar a qualidade da estrutura portuária.


- Como as empresas podem contribuir para o aumento da competitividade brasileira?


Precisamos evoluir para ter um plano de negócios aceito pelo mercado. O empresário brasileiro precisa entender o que é um programa de inovação integrada, que consiste em mesclar inovações de produtos com processos de gestão. Esse é o primeiro passo para que o empresariado brasileiro contribua para o aumento da competitividade, mas antes de tudo, precisa ficar claro que a iniciativa privada não é a única responsável por alavancar os índices de competitividade brasileiros, já que, segundo pesquisas, 40% da competitividade de um país está na macroeconomia.


- Qual setor é considerado o mais competitivo?


Hoje, os setores que se mostram mais abertos a competições são: Alimentos e siderúrgico.

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