Inovação para a geração de renda

Pescadora artesanal conquista a categoria Produtora Rural no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios

Maria de Fátima Barbosa cresceu em uma família de pescadores artesanais na cidade de Sumé, na Paraíba. Nos anos 80, a pesca da tilápia começou a expandir e as famílias que baseavam a sua renda na venda e pesca de traíra, peixe campeão de vendas até o momento, perdeu seu mercado. 
 
“Quem ainda pescava a traíra fazia o descarte ou utilizava para alimentar os porcos. Foi neste contexto que busquei superar esses obstáculos e encontrar soluções para o problema”, explica Maria de Fátima. Ela decidiu estudar o impasse e construir uma solução.
 
Após muita reflexão, o problema foi identificado. “A causa principal estava relacionada ao fato de a traíra conter muitas espinhas, o que exige cuidados especiais para retirá-las na hora do consumo, além dos riscos de engasgos”, afirma.
 
A partir de 2010, Maria de Fátima passou a desenvolver experiências para retirar as espinhas do peixe artesanalmente, em sua casa, e obteve excelentes resultados. “Mediante os experimentos e após analise feita pela Universidade da Paraíba, constatou-se que as técnicas utilizadas asseguram a retirada de 95% das espinhas existentes”, garante. Assim, o peixe poderia ser consumido com mais tranquilidade.
 
O próximo passo seria divulgar a segurança no consumo do peixe. Assim, surgiu a proposta de expandir o trabalho de retiradas das espinhas da traíra, agregando novo valor ao produto, assegurando a retomada do mercado consumidor e viabilizando geração de renda para as mulheres pescadoras da região. 
 
Em 2011, o tema foi debatido durante a assembleia de pescadores. ”Fiz uma apresentação e degustação de produtos passando a contar com adesão de um pequeno grupo de pescadores e pescadoras, que agendaram para março daquele ano a primeira oficina de qualificação da produção, com minha ajuda e a participação de mais seis mulheres pescadoras”, recorda-se Maria de Fátima.
 
Ao longo de 2011, foram realizados trabalhos referentes à qualificação de cada etapa do processo de trabalho com o pescado e foi priorizado o de consolidação dos grupos de mulheres. Também foram estruturadas ações de divulgação do peixe em escolas, no mercado local e negociações com órgãos governamentais.
 
Todo o esforço deu resultado: “Como fruto desse trabalho, destaco a constituição de dois grupos de mulheres nas cidades de Camalaú e Sumé, envolvendo cerca de 30 pessoas, cuja renda vem sendo distribuída proporcionalmente. Outro destaque refere-se a melhorias nutricionais na alimentação familiar e à inserção da mulher no mercado de trabalho”, enumera.
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