A gestão do conhecimento na Embraer

Assista à palestra da empresa no Fórum de Boas Práticas 2014

A 14ª edição do Fórum de Boas Práticas da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) foi realizada em novembro e teve como objetivo promover a troca de experiências em gestão e benchmarking com organizações reconhecidas no Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ) 2014. Uma das empresas que se apresentou foi a Embraer, com o case - “Gestão do Conhecimento”. Assista ao vídeo da palestra:

 

A Embraer possui mais de 19 mil funcionários, dos quais 89% ficam no Brasil, e atua em três segmentos: aviação comercial, executiva e defesa e segurança.

“Acreditamos que o conhecimento é um ativo intangível, que deve ser trabalhado nas organizações”, disse José Eduardo Carara Júnior, engenheiro de desenvolvimento do produto. “Não adianta ter o conhecimento se esse não for disseminado. É necessário algum foco ou objetivo para se trabalhar. E trabalhar com pessoas e processos é o que gera o diferencial da empresa”, conta. Para isso, a organização elaborou quatro etapas:

• Identificar;

• Desenvolver;

• Reter/proteger;

• Disseminar e utilizar.

Foco na gestão do conhecimento

A Embraer possui processos em duas linhas de atuação: práticas estimuladas e práticas gerenciadas. “Se trabalharmos somente os processos, não conseguimos evoluir com a questão do conhecimento. É preciso trabalhar as pessoas junto com os processos”, disse José Eduardo.

Nas práticas estimuladas, não há a obrigatoriedade, ou seja, a pessoa participa porque vê utilidade. “Começamos a trabalhar nessa vertente - práticas estimuladas - com áreas temáticas de conhecimento, como foco na geração e disseminação do conhecimento e no aprendizado”, conta José Eduardo.

Já as práticas gerenciadas possuem atividades com início e fim definidos, além de terem foco na aplicação e no registro do conhecimento, ou seja, na incorporação do conhecimento. “As práticas gerenciadas são metas que possuem começo, meio e fim e definem aonde queremos chegar”, explica José Eduardo.

Além disso, há também a mentoria, que é a transferência de conhecimento de pessoa para pessoa; o storytelling, do qual se captura o conhecimento por meio de vídeos com grande know-how para que fique registrado na organização; e a gestão documental, que é a disseminação da informação certa com a qualidade certa.

Reúso de conhecimento

A Embraer se preocupa com a segurança da informação e propriedade intelectual. Para isso criou as comunidades, que são grupos que compartilham conhecimento. “As comunidades de práticas, por exemplo, têm de ter o objetivo de melhorar determinado assunto. Elas integram as pessoas pelos assuntos, para terem diferentes pontos de vista, para trazerem uma riqueza e diversidade de informações”, explica José Eduardo.

Além disso, o gerente de Sistemas de Gestão da Embraer conta que a comunidade não é uma prática gerencial, que anda sozinha. É necessário ter outras ações em torno dela. “Na Embraer, existe a parte de Lições Aprendidas, de forma que o conhecimento é reutilizado e difundido para a organização”, explica. Em todas as comunidades há um ambiente aberto para as outras comunidades. Para gerar confiança, as reuniões são presenciais e acontecem pelo menos uma vez ao mês.

As premissas das comunidades são:

-       Voluntárias;

-       criadas por assunto;

-       número ideal de membros entre 20 a 40, para facilitar o conhecimento e integração de pessoas;

-       o coodenador deve ser a referência técnica;

-       devem ser integrada aos processos do dia a dia.

Conhecimento na prática

Um exemplo do conhecimento que foi colocado em prática é o manual de práticas aeronáuticas, do qual tudo o que foi aprendido até agora está registrado nesse material, que é um know-how de aprendizagem. “Realizamos também o SETI (Seminário Embraer de Tecnologia e Inovação), que reconhece e prestigia trabalhos inovadores e de tecnologia. O SETI serve para fomentar, mobilizar e compartilhar trabalhos inovadores”, conta José Eduardo.

Para a implantação da gestão do conhecimento foi preciso um ano de discussão de como esse processo seria feito. “Discutimos as lições que seriam aprendidas, entendemos o contexto, adaptamos as aplicações, conectamos as ideias ao dia a dia da empresa, além de nos atentarmos aos indicadores, pois não podemos gerar metas que possam prejudicar o aprendizado, a base ou a qualidade”, explica José Eduardo. “E devemos sempre lembrar que a gestão do conhecimento tem a ver com as pessoas. Por isso, precisamos estar perto, entender a necessidade do dia a dia das pessoas”, finaliza.

Além da Embraer, a AES Brasil e a PromonLogicalis também se apresentaram no Fórum de Boas Práticas 2014. Confira as palestras: 

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