Transformando as cidades pelo empreendedorismo

Por Jairo Martins, presidente executivo da FNQ

O Brasil enfrenta a alta do desemprego com mais de 11 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. As empresas que vivenciam a recessão ainda preferem esperar para voltar a investir e empregar. Enquanto isso, na contramão dessa espera, as pessoas têm buscado o empreendedorismo como forma de sair dessa situação. Uma evidência desse comportamento é a recente pesquisa, de 2016, da Serasa Experian, a qual mostra que o número de novas empresas foi recorde do período de janeiro a maio deste ano, desde 2010, e registrou a abertura de 851.083 novos empreendimentos.
 
Porém, sabe-se que a tentativa de abrir um negócio no Brasil tem seus entraves. Metade das empresas fecham suas portas com menos de quatro anos de existência. Isso se deve, muito, à burocracia e ao custo Brasil, à carga tributária sobre produtos e serviços, além da falta de incentivo, que não contribui para a sobrevivência dessas empresas. 
 
Além disso, outro fator importante para a baixa longevidade desses empreendimentos é a  falta de uma gestão sistêmica e profissionalizada dos empreendedores. Alguns negócios, por exemplo, concentram seus produtos em único cliente e não têm uma atuação diversificada. Como consequência dessa conduta, em períodos de recessão, a redução de custos impacta diretamente na cadeia de fornecimento e faz quebrar as menos estruturadas.
 
O fato é que esses pequenos negócios criam empregos, que geram renda e que movimentam o comércio e o serviço locais. É um ciclo virtuoso dentro dos núcleos dos municípios e as prefeituras possuem um papel fundamental no sentido de incentivar a construção de uma cidade empreendedora. 
 
Estamos em um momento muito propício para tratarmos esse assunto diretamente com quem irá gerir as cidades depois das eleições para prefeito de outubro próximo e fazermos a diferença. Um bom exemplo do que podemos fazer é a iniciativa “+ Empreendedores + Empregos” da Endeavor, que desafia os futuros prefeitos a assumirem três compromissos para construir uma cidade mais empreendedora: 
 
- uma cidade que tenha um prefeito parceiro dos empreendedores;
- uma cidade mais fácil e menos burocrática para quem quer empreender;
- uma cidade que trabalhe junto com os empreendedores.
 
Dentre as ações propostas estão reunião entre os empreendedores e os prefeitos, compromisso público de diminuir o tempo de abertura de empresas em suas cidades e criação de programa de inovação aberta que promova o ganha-ganha. A prefeitura inova em seus serviços, a cidade ganha soluções inovadoras para resolver seus problemas e as empresas ganham escala, aumentam seu impacto e geram empregos.
 
Aproveitar esse momento para cobrar de nossos prefeitos é uma das formas de atuarmos como cidadãos, pois uma cidade mais empreendedora é uma cidade com mais empregos. 
 
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