FHC sugere articulação entre empresa, governo e escola para melhoria da educação

Em palestra realizada no seminário da FNQ, o ex-presidente ressaltou de que forma as três esferas podem atuar a fim de aperfeiçoar a gestão educacional e criar ambientes favoráveis à inovação, cada vez mais necessária para o crescimento do país.

FHC sugere articulação entre empresa, governo e escola para melhoria da educação

A melhoria na gestão, a reformulação no sistema de ensino e a mobilização com envolvimento das três esferas (governo, academia e empresas) estão entre as principais ações necessárias para promover o que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso chamou de “revolução educacional” em prol da qualidade da educação no Brasil. Em palestra realizada no 20º Seminário Internacional em Busca da Excelência realizado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), FHC ressaltou que está chegando o momento em que será possível falar seriamente sobre essa grande e importante transformação no ensino, que já afeta a competitividade das organizações.

Se, de um lado, vem aumentando a quantidade de escolas disponíveis em todo o país e de estudantes matriculados, de outro faltam resultados concretos e qualificados em termos de formação de profissionais. “Antes havia nichos de excelência, agora há muita gente e a qualidade do ensino é muito baixa. Falta transformar essa quantidade em qualidade na educação”, destaca o ex-presidente, que também é sociólogo e professor. Além dessas questões, o setor enfrenta ainda outros desafios, tais como aumentar a carga horária do aluno em sala de aula, valorizar o professor, fazer avaliações periódicas dos níveis de aprendizado e cuidar da gestão da educação.

Na opinião do ex-presidente, este último desafio é o que mais merece destaque. Para ele, não faltam investimentos na área da educação e sim gestão, que pode ser aprimorada a partir de uma integração entre as empresas, o governo e as universidades. Sob esse prisma, FHC apontou que o setor privado tem um papel fundamental na mobilização junto à esfera pública. “Os valores empresariais, como gestão e avaliação, devem ser transferidos para o setor público, pois a educação oferecida pelo governo precisa de gestores profissionais e não professores atuando como administradores”, afirma.

Outro caminho para reverter o atual cenário e melhorar a qualidade da educação no Brasil é, segundo FHC, por meio da aproximação entre empresa e universidade, como já acontece em países como Estados Unidos. Dessa forma, as escolas podem estabelecer parcerias com empresários, o que abre espaço para a circulação de informações entre essas instituições e a promoção do ensino, novas pesquisas e descobertas técnicas e científicas que poderão ser efetivamente aplicadas. “O futuro sempre depende da inovação e da competência técnica. Temos que criar novos ambientes favoráveis para seu surgimento”, conclui.

Ao final de sua apresentação, que tratou do papel da liderança no desenvolvimento do Brasil, o ex-presidente falou ainda sobre a lei de cotas raciais nas universidades e defendeu sistemas compensatórios no lugar das mesmas. “É preciso buscar e difundir a melhoria da qualidade do ensino acessível a todos, sem distinção de raça nem um sistema com ideologia racista”, finaliza.

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