Avaliando o nível de maturidade da qualidade de sua organização

Por Tobias Schroeder, gestor de Marketing de Produto da SoftExpert

Embora não exista um momento ruim para aprimorar a maturidade da gestão da qualidade, um momento interessante é durante o planejamento para o ano seguinte. Executivos e profissionais da qualidade que são afetados pela qualidade dos produtos e serviços devem responder a duas perguntas: “Quão maduro está meu programa de gestão da qualidade?” e “O que preciso fazer para elevar a maturidade?”.

O instituto internacional de pesquisa LNS descreve cinco possíveis níveis de maturidade:

1.    Ad hoc: atuação com baixo desempenho operacional e financeiro. Não é capaz de atender às demandas atuais e futuras do mercado.

2.    Controlado: desempenho operacional e financeiro moderado. Capaz de atender às demandas atuais do mercado, mas incapaz de atender às demandas futuras.

3.    Proativo: desempenho operacional e financeiro dentro da média. Capaz de atender superar às demandas atuais de mercado. Com potencial para atender às demandas futuras.

4.    Ágil: forte desempenho operacional e financeiro. Capaz de atender superar às demandas atuais de mercado. Seguidor das tendências de mercado.

5.    Líder de mercado: referência em desempenho operacional e financeiro. Habilidade de definir o mercado e promover mudanças.

As seguintes dimensões são avaliadas para definir o nível de maturidade:

o    Estratégia e execução

o    Liderança e cultura

o    Capacidades organizacionais

o    Excelência nos processos de negócio

o    Capacidades tecnológicas

o    Gestão do desempenho e Key Performance Indicators (KPIs)

De forma surpreendente, uma pesquisa do mesmo instituto revelou que a maioria das empresas se considera como pertencendo ao nível “ad hoc” ou “controlado”. A mesma pesquisa também revela que somente 21% das empresas possuem um sistema de gestão da qualidade (EQMS) implementado. Enquanto isso, 53% das empresas citam questões de gestão da qualidade como o maior desafio na aceleração da liberação de produtos do setor de R&D para o mercado.

Veja alguns sinais de que uma empresa se encontra no nível “Ad hoc” ou “controlado” de maturidade da qualidade:

o    A equipe da qualidade atua conforme a política da qualidade?

o    Profissionais de outras áreas acham que a qualidade atrasa o processo e agrega pouco valor?

o    Uma parte significante de profissionais da qualidade está ocupada “apagando incêndios” ou executando ações corretivas de forma repetitiva?

o    Eles executam poucas ações preventivas?

o    Para entender o desempenho da qualidade é preciso conversar com a “pessoa certa”?

o    Planilhas, e-mails e ferramentas locais são usadas para análise e acompanhamento?

A mesma pesquisa lista os cinco maiores desafios para a gestão da qualidade:

o    Sistemas e fontes de informação desconectados

o    Indicadores não são medidos de forma eficaz

o    Qualidade é considerada um departamento e não uma responsabilidade

o    Não existe processo formal para gestão de riscos

o    Não existe processo formal para melhoria contínua

Como cada empresa tem suas metas internas e abordagens distintas para pessoas, processos e tecnologias, esses desafios também podem ter pesos diferentes em cada uma delas. No entanto, muitos deles podem ser interconectados, o que facilita o incremento no nível de maturidade da qualidade.

Por exemplo, profissionais da qualidade em empresas de baixa maturidade normalmente guardam muitas de suas informações críticas em seus próprios computadores, em um mix de planilhas, e-mails e aplicações locais.

Isso contribui para quatro dos desafios citados: previne uma abordagem formal de processos, previne o engajamento entre áreas e funções, bloqueia o acesso aos indicadores e atua como fonte independente e desconectada de informação. Resolver essa questão vai afetar todos esses quatro desafios, embora ela sozinha talvez não seja capaz de resolver por completo todos os problemas.

Sistemas fragmentados também contribuem para um senso de frustração com o processo da qualidade. A equipe da qualidade precisa coletar informações mesmo sem a automação necessária e precisa garantir a conformidade com as especificações. Isso a torna responsável exclusiva por um processo que deveria ser de todos. Um centro de custo ao invés de uma parte vital no sucesso da organização.

O que fazer, então?

Agora, imagine um processo de gestão que conecte o tratamento de não conformidades com os processos de produção, com as especificações do produto, com os fornecedores, gerando indicadores e produzindo análises. Todos podem visualizar e entender todo o processo de forma clara e em tempo real.

Com certeza, seria mais fácil prever futuros desvios e atuar de forma mais preventiva, assim como enxergar a qualidade como parte do processo como um todo.

Esta é a principal conclusão da pesquisa: empresas que possuem sistema de gestão da qualidade apresentam taxas de efetividade dos equipamentos (OEE) 8% maiores e têm 35% mais chances de alcançar um 6 Sigma ou ter melhores taxas de defeitos por milhão do que empresas sem um EQMS. Empresas com EQMS têm 26% menos custos internos oriundos de produtos com má qualidade do que empresas sem EQMS.

Você quer melhorar sua posição na escala de maturidade e alcançar a excelência operacional? Inclua a gestão da qualidade em seu planejamento de investimentos para o próximo ano.

 

Sobre o autor: Tobias Schroeder é gestor de Marketing de Produto da SoftExpert, fornecedora de softwares e serviços para automação e aprimoramento de processos de negócio, conformidade regulamentar e governança corporativa. Possui 14 anos de experiência na indústria de software para gestão da excelência e da qualidade, atuando como analista de sistemas, analista de negócios e gestor de produto e mercado. Possui formação em Ciências da Computação pela Universidade do Estado de Santa Catarina e MBA em Gestão Estratégica pela Universidade Federal do Paraná.

Loading
Comentários
Para escrever comentários, faça seu login ou conecte-se pelo Facebook ou Linkedin
Carregando... Loading
Carregando... Loading