As lições da tocha olímpica

Por Jairo Martins, presidente executivo da FNQ

Sediar os Jogos Olímpicos traz prestígio para o país que os recebe. E, tradicionalmente, o revezamento da tocha olímpica conduz a chama que representa paz, união e amizade entre os povos. Após ser acesa na Grécia, a tocha segue um longo trajeto até a chegada triunfal na pira olímpica. No Brasil, o evento acontecerá no Maracanã, na cerimônia de abertura, no Rio de Janeiro.
 
O percurso que se iniciou em Brasília no dia 3 de maio tem dia certo para chegar ao Rio de Janeiro: 4 de agosto. Contudo, o caminho que a tocha percorre demanda uma verdadeira mobilização, com muitos preparativos para que o evento aconteça. E, neste vasto e imenso Brasil, o desafio torna-se ainda maior, pois é necessário conduzir e coordenar cerca de 12 mil pessoas, que participam do revezamento em 300 cidades, em um percurso de 20 mil quilômetros em terra e de 10 mil milhas aéreas.
 
Planejamento estratégico, liderança, processos estruturados, organização e execução monitorada são pontos primordiais para a realização do evento. A definição do cronograma de cada percurso é de responsabilidade de cada prefeitura, que coordena e cria as estratégias para melhor atender à chegada da tocha olímpica. Alguns municípios, por exemplo, criaram comissões desde o ano passado, que se reúnem periodicamente, dedicando-se aos preparativos, à infraestrutura e à segurança.
 
Além disso, foi necessário selecionar as pessoas que participam do revezamento. Foram escolhidas figuras atuantes em suas profissões e comunidades. Na prefeitura de Aracaju, por exemplo, estudantes de escolas municipais participaram de um concurso de redação com o tema Olimpíadas. Dois deles foram escolhidos para conduzir a tocha.
 
Assim como na gestão de uma organização, é preciso estar preparado para lidar com imprevistos ou crises, também na logística da tocha olímpica. Lembro do episódio que aconteceu em 2010, no dia da abertura dos jogos em Vancouver. Um dos braços que sustentava a pira olímpica teve uma pane no sistema hidráulico e não funcionou. A patinadora de velocidade Catriona Le May Doan precisou agir com naturalidade. Posicionou-se da forma combinada nos ensaios, contornando o problema. O erro foi corrigido 15 dias mais tarde, quando Catriona acendeu a pira interna no início da cerimônia de encerramento.
 
Desafios fazem parte da gestão, independentemente do segmento em questão. Deste modo, assumir a responsabilidade pelo evento é uma oportunidade de as cidades mostrarem o que têm de melhor no quesito organização e gerência, tendo visibilidade nacional e internacional. Em várias partes do Brasil, a sociedade celebra o evento com programações culturais, shows e exposições. É uma oportunidade de união e de valorização da cultura local.
 
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