Embraer internaliza cultura ética para fortalecer gestão transparente

25/04/2012

 

 

Peça fundamental para a sustentabilidade das organizações, a prática da ética empresarial tem se tornado, cada vez mais, parte da cultura e do dia a dia das companhias. Para muitas, os valores éticos extrapolam as fronteiras da empresa e passam a ser determinantes também nas relações com seus públicos de interesse. É o caso da Embraer, multinacional fabricante de aeronaves, que criou seu Código de Ética e Conduta, em 2004 e agora, em abril, está realizando a 3ª revisão do material, com o objetivo de aprimorar as práticas adotadas e estendê-las para seus relacionamentos externos com fornecedores, clientes e parceiros.


Desenvolvido para nortear os comportamentos, as ações e os valores da empresa, o código reflete um modelo de gestão sólido, que usa como base tendências estrangeiras adaptadas à realidade brasileira. Entre os movimentos que motivaram a estruturação do manual de conduta da Embraer está a criação da Lei Sarbanes-Oxley, um decreto americano para extinguir as fraudes contábeis e que exigiu das empresas a adoção de um código de ética a partir de 2006.


Inspirada nessa cultura da gestão transparente, a Embraer desenvolveu suas normas éticas e passou a dissemina-las em todas as suas unidades, espalhadas por seis países. No Brasil, a empresa mobilizou gestores, com apoio do departamento de Recursos Humanos, e criou uma série de campanhas, palestras e debates, além de desenvolver um portal de ética que concentra as principais informações e ferramentas sobre o assunto, inclusive um canal de práticas danosas e o regimento interno do Comitê de Ética.


De acordo com o gerente de auditoria interna da Embraer, Alexandre Santarém, os colaboradores brasileiros foram bastante receptivos em relação ao código e às ferramentas disponibilizadas pela companhia para garantir as práticas éticas. Mas ele destaca que, para a implantação em outros países, as diferenças culturais devem ser sempre um foco de atenção. "Em Portugal, por exemplo, uma série de questões influenciou na adoção do código sugerido pela unidade brasileira. Na cultura dos portugueses, não seria necessária a criação de regras de conduta para comprovar sua ética profissional", afirma. Apesar de todos os cuidados em tradução, revisão por advogado local, consultas prévias ao sindicato e a inspetoria do trabalho, houve reclamações e movimentações contrárias à adoção do código. "No entanto, prevaleceu o bom senso e o diálogo dos gestores sobre os fundamentos do código, que foi implantado com pequenas adequações aos costumes locais", diz.


Outro país em que a Embraer encontrou diferenças para implantar as normas de ética foi a França. Segundo o executivo, questões legislativas tornaram-se obstáculos para a adoção das regras. "Nas cidades francesas, as denúncias que violam a ética não podem ser feitas de forma anônima, o que poderia inibir os colaboradores de se manifestarem sobre casos de autoritarismo e abuso de poder. Então, foi necessário alterar algumas premissas do código para adaptá-lo à legislação local e realidade francesa", ressalta Santarém.


Mesmo diante de tantos desafios, o executivo considera a implantação do código muito bem-sucedida e atribui os bons resultados à eficácia, credibilidade e transparência das práticas adotadas pela empresa.


Apesar do sucesso já alcançado, o trabalho da Embraer não para por aqui. "Para continuar aprimorando nossas práticas éticas, pretendemos aperfeiçoar nosso Comitê de Ética, que participa da terceira revisão do código, e a criar um processo interativo, por meio de uma rede social ou de outras ações, para que a prática ganhe ainda mais aderência dos colaboradores", conclui.


Com isso, a empresa busca estabelecer e esclarecer, cada vez mais, o que espera de seus colaboradores no relacionamento com todos que estão direta ou indiretamente ligados à Embraer e, de alguma forma, contribuem para a busca da excelência da gestão.

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