É possível educar profissionais para torná-los éticos?

Carlos Bertero, diretor de Educação Executiva e professor de Organizações e Estratégias de Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV), deu uma entrevista sobre o assunto

Recentes casos de corrupção e problemas de compliance nas empresas têm colocado a ética no centro das discussões, seja no ambiente corporativo, seja nas escolas ou universidades. O comportamento inadequado aos valores da organização põe em cheque não apenas a reputação do profissional, como também a imagem das companhias. Diante desses fatos, será que é possível educar executivos e alterar sua postura antiética? Esse posicionamento seria decorrente de falhas na formação acadêmica?

 

 

Para desvendar essas e outras questões, a FNQ em revista conversou com Carlos Bertero, diretor de Educação Executiva e professor de Organizações e Estratégias de Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Confira abaixo os principais trechos da entrevista.

 

 

 

É possível educar profissionais que já atuam no mercado para que tenham um posicionamento ético?

 

Sim, é possível educar os profissionais no sentido de informá-los, mas não podemos assegurar o comportamento dos executivos ao saírem de uma palestra ou de uma sala de aula. É impossível garantir que os administradores manterão uma postura ética em sua vida profissional.

 

Qual a melhor forma de educar os profissionais para que atuem de forma ética? Por meio de cursos, palestras ou há outra forma mais inovadora e eficaz?

 

Cursos e palestras são formas tradicionais. Mas, para solucionar o problema que estamos enfrentando, devemos rever o conteúdo desses cursos, deixando-os mais próximo da realidade de onde esses profissionais atuarão. Todos os problemas relacionados à ética deveriam ser colocados em cursos especializados sobre essa temática. 

 

Quem deve ser responsável por educar os profissionais para serem éticos? As faculdades, as escolas de ensino básico, as empresas, o mercado?

A conduta ética de um profissional é decorrente de uma educação familiar. A família é a principal responsável por formar, antes de tudo, cidadãos éticos, para que consequentemente o mercado receba profissionais íntegros, transparentes e honestos. Mas, na medida em que a escola e as empresas são pontos de passagens das pessoas, não nos restam dúvidas de que elas poder assumir essa posição, ajudando a internalizar uma conduta ética na vida das pessoas.

 

Cada vez mais, ouvem-se casos de executivos com conduta antiética. A que você atribui esse desvio de comportamento dos profissionais?

 

Por sermos um país permissivo, as empresas acabam absorvendo essa condição, o que se refle diretamente na ética empresarial. Porém, as organizações brasileiras não podem se apoiar nessa cultura tolerante, tendo em vista que são as principais responsáveis por ajudar a reverter esse cenário, por meio de sansões, canais de denúncia e treinamentos.

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