Mobilidade urbana é uma das principais preocupações da Fiat Chrysler para o futuro

Paulo Matos, diretor de planejamento estratégico e inovação da Fiat Chrysler Latin America, fala sobre as preocupações da empresa e o que a organização tem feito para se adaptar ao futuro

Em 21 de maio, a FNQ realizou o Seminário Internacional em Busca da Excelência, que discutiu o futuro das organizações e o desafio que temos pela frente. O evento contou com o painel “Como as empresas estão se preparando para a nova realidade”, que teve a presença de representantes da  Google, da Bosch e da Fiat Chrysler. 
 
Conversamos com o diretor de planejamento estratégico e inovação da Fiat Chrysler Latin America, Paulo Matos, painelista do evento, que contou sobre o que a empresa tem feito e como está se preparando para o futuro.
 
O que a Fiat tem feito para se preparar para o futuro? O que tem trabalhado?
 
Estamos trabalhando para criar uma cultura de inovação, porque é importante para mantermos competitividade. Ainda precisamos abrir mais esse contexto de inovação dentro da Fiat. Apesar de ser uma indústria tradicional, que nasceu no final do século XIX, a Fiat trata a inovação como agenda de primeira ordem. 
 
Além da inovação, o que pode ser feito para que a Fiat se prepare para o futuro? Quais outras preocupações da empresa?
 
A sustentabilidade e a eficiência operacional, por exemplo, são outras preocupações que temos. É preciso entender que nada disso está separado. O contexto de incertezas em que estamos vivendo é muito grande. Se não olharmos tudo de uma forma conjunta, não resolveremos a equação.
 
A Fiat tem algum projeto na questão de mobilidade social? Como a empresa tem pensado isso?
 
Estamos muito preocupados com a questão da mobilidade urbana e não poderíamos deixar de estar. Esse assunto está na agenda de todo mundo e vai continuar nos próximos meses, com os eventos que estão para acontecer. Já discutimos isso no passado. E, recentemente, discutimos essa questão no projeto do Fiat Mio, quando convidamos pessoas para pensar no carro do futuro. E o que saiu foi justamente um carro pequeno, urbano, conectado e não poluente.
 
Todas essas preocupações fazem parte do que temos discutido e procurado discutir com a sociedade e com os nossos parceiros. Os problemas não se resolvem sozinhos e, também, não podemos simplesmente parar de fabricar carros. A indústria automotiva tem um peso enorme na economia do País. Se desacelerarmos, a consequência virá em cadeia. Mas, em breve, vamos discutir, em público, o papel do automóvel na mobilidade urbana.
 
O que vocês enxergam como futuro? 
 
O que eu acho é que ainda vamos passar por uma revolução muito grande nos próximos anos, em termos de indústria automotiva e de mobilidade urbana. Porque estamos vivendo um momento em que a tecnologia da informação vai provocar uma disrupção, assim como já aconteceu com as filas dos bancos, para aqueles que têm acesso a um internet banking, por exemplo. Talvez essa mesma tecnologia possa nos auxiliar na mobilidade urbana ou, pelo menos, minimizar essa questão, porque não é só um problema automotivo, é também de infraestrutura urbana, de transporte público, entre outros. Isso é algo em que estamos apostando muito, ter um carro preparado para essa nova realidade. 
 
A Fiat está preparando as pessoas e os líderes para esse cenário complexo?
 
Sim, temos um trabalho grande junto com a Universidade Corporativa da Fiat. Mas trazer a questão do futuro e de uma empresa mais focada no consumidor é um assunto que estamos trabalhando para colocar na agenda de todos da organização.
 
O que pode ser feito para sobreviver no futuro?
 
O grande desafio que teremos pela frente é que as novas empresas estão sendo criadas em uma velocidade muito alta. Temos o exemplo da Tesla, que é uma indústria que não existia há aproximadamente dez anos e que hoje é referencia em veículos elétricos. Já é uma organização que nasceu com esse mindset. A empresa como existia no século XX não sobrevive no futuro se não alterar a sua forma de pensar e agir, é necessário passar por mudanças. 
 
Por exemplo, o Whatsapp foi vendido por U$S 16 bi e a Jaguar e a Land Rover, duas marcas consolidadas no mercado, foram vendidas da Ford para a Tata Motors, da Índia, por aproximadamente um terço do valor do aplicativo. Estamos falando de duas empresas com marcas consolidadas, com história, e que não estão decadentes. São organizações de ponta em termos de tecnologia e possuem milhares de empregados. Que discrepância é essa que vamos começar a viver? Este é o desafio da indústria automotiva.
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