A mulher na gestão brasileira

Jairo Martins e Juliana Iten comentam a importância da mulher nos dias atuais

Em 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher. A data foi adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres. 
 
Na gestão, elas estão ocupando, cada vez mais, cargos de alta importância, como a presidência do Brasil, da Argentina, do Chile e o primeiro ministério de países como a Alemanha, por exemplo. 
 
Para comentar o assunto, entrevistamos o superintendente-geral da FNQ, Jairo Martins, e a Gerente de Relacionamento da FNQ, Juliana Iten. Confira:
 
Qual a importância do ingresso da mulher na gestão brasileira?
JI: As mulheres tiveram de buscar mais conhecimento no tema da gestão e se especializarem à medida que foram conquistando cargos de liderança nas organizações.
 
Além disso, elas passaram a liderar os rankings de empreendedorismo por oportunidade no País, sendo necessário aprender a gerenciar negócios de forma sistêmica, abrangendo todas as áreas de uma empresa.
 
Neste cenário, a própria maneira de gerir pessoas e organizações mudou e as mulheres tiveram papel importante nisso. Os modelos evoluíram, ficaram mais humanizados, respeitando a qualidade de vida das pessoas, ações tão almejadas pelas novas gerações. A cultura organizacional ficou mais abrangente. E o melhor: não deixando de ter foco nos resultados.
 
JM: Embora ainda tenhamos um número não muito expressivo de mulheres na gestão brasileira, posso dizer que uma mudança silenciosa ocorre. Aos poucos, o ingresso da mulher na gestão vem se consolidando, o que é muito saudável, pois ela possui certas características imprescindíveis para a gestão, as quais faltam a nós, homens. Visão sistêmica e condução de processos simultaneamente, ou seja, em paralelo, são duas das dimensões da gestão que a mulher sabe lidar com mais destreza do que os homens. Com a rapidez, a volatilidade e a imprevisibilidade do cenário atual, essas características são cada vez mais exigidas de um gestor.  
 
Você acredita que existem diferenças entre a mulher e o homem na gestão?
JI: Acredito sim. Acho que são formas diferentes de gestão ao mesmo tempo que são complementares. O mundo ideal é quando os dois se unem nas tomadas de decisão.
 
JM: Como dito anteriormente, saber lidar com temas diversos de forma simultânea, priorizando atividades pela urgência e pela importância, é um grande diferencial da mulher. Devido a isso, ela é mais direta e mais rápida no processo decisório. Por outro lado, a mulher age mais pelo emocional, o que é desejável em certas situações, porém, não de forma generalizada. Nesse ponto, o homem é mais racional. Pode-se dizer que, dependendo do segmento de atuação, uma mulher ou um homem poderá ser mais adequado. Há, sem dúvida, espaço para os dois.
 
Quais os principais desafios da mulher na gestão?
JI: Ainda temos muitos desafios. Vejo diversas mulheres em cargos de média gerência e poucas na alta liderança e como conselheiras das organizações. Já avançamos muito, mas, proporcionalmente, ainda temos mais homens do que mulheres nesses cargos. Sei que é uma evolução, mas essa diferença ainda é fato. E ainda escutamos casos de mulheres que abriram seus negócios próprios porque não conseguiram conquistar cargos mais elevados nas empresas que trabalhavam.
 
Sinceramente, não gosto de encarar o crescimento e a evolução de pessoas em cargos de liderança como uma disputa entre homens e mulheres. O melhor dos mundos é o da meritocracia, mas até chegarmos lá, as mulheres ainda têm um longo caminho a percorrer.
 
JM: O grande desafio da mulher é mostrar a importância da sua principal característica, ou seja, que a sua multidisciplinaridade é o seu grande diferencial para ocupar altas posições na gestão das organizações. Embora muitas mulheres acreditem que, para galgar altas posições, elas precisam agir e parecer como homens, na postura e no vestir, algumas já perceberam que as suas experiências como mãe, administradora do lar e, principalmente, o seu jeito feminino de ser são grandes diferenciais para exercer uma gestão de excelência. Assim, permanecer autêntica, sem querer imitar os homens, é o grande desafio da mulher.
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